Diversidade dos assuntos debatidos no evento passa pelos direitos das mulheres, causas ambientais, anti-capitalistas, sindicais, Palestina e dignidade humana
Por Opera Mundi
A largada do Fórum Social Mundial 2013 já foi dada, com a presença de milhares de organizações, movimentos sociais,e sindicatos de diferentes partes do globo. A diversidade dos assuntos que serão debatidos até o próximo sábado (30/03) passa por direitos das mulheres, causas ambientais, anti-capitalistas, sindicais, pró-Palestina e de dignidade humana.
A variedade dos presentes marcou a marcha de abertura do evento no centro de Túnis, capital da Tunísia, na terça-feira (26/03), quando milhares de pessoas, em sua maioria jovens, entoaram reivindicações como “solidariedade com as mulheres do mundo”, “abaixo a ditadura, abaixo o capital”, “liberdade para a Palestina”.
As discussões foram inauguradas com a Assembleia de Mulheres, que contou com a participação de representantes de lutas contra o sexismo e a opressão às mulheres. Após os discursos de abertura, o músico e ex-ministro de Cultura Gilberto Gil subiu ao palco. Cerca de 1500 atividades são esperadas para os próximos dias, das quais participarão mais de quatro mil organizações de 125 países dos cinco continentes.
O evento conta com forte presença de pessoas oriundas dos demais países do continente africano e do Oriente Médio, além de europeus. A organização Via Campesina, que agrupa camponeses de 70 países, e líderes de movimentos sul-americanos contra a mineração extrativista também estão na Tunísia.
As autoridades do país anfitrião afirmam ter mobilizado todos os meios logísticos, materiais e de segurança para garantir o bom desenrolar do evento, realizado sob o lema “dignidade”. Khalil Zaouia, ministro tunisino dos Assuntos Sociais, afirma que o país quer aproveitar o evento “de envergadura” para “mostrar a imagem da Tunísia pós-revolução, a da diversidade e dos valores democráticos”.
A Primavera Árabe e os processos revolucionários devem ser focos desta edição do Fórum, já que a Tunísia foi o primeiro país, há dois anos, a iniciar mobilizações para a derrocada de regimes ditatoriais na região. Impulsionadas pelos movimentos sociais, atividades paralelas também serão realizadas, como o Fórum Mundial de Mídias Livres, o dos Economistas e o de Ciências e Democracia.
Como em todas as edições desde sua criação, em 2001, em Porto Alegre, como um contraponto ao Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, o evento conta com a participação do governo brasileiro, representado pela secretaria-geral da Presidência, por diversos ministérios, pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e pela Fundação Banco do Brasil.