O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, afirmou que os líderes partidários vão se reunir com o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), na próxima terça-feira (2), às 11 horas, para pressionar o deputado a deixar a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias.
Feliciano é alvo de críticas de movimentos sociais que consideram o deputado racista e homofóbico por causa de declarações feitas antes de assumir o cargo.
Na segunda-feira, por exemplo, um grupo de artistas divulgou nota de repúdio à presença do deputado na comissão. Um dia antes, a Anistia Internacional afirmou que a escolha do PSC é “inaceitável”, por suas “posições claramente discriminatórias em relação à população negra, LGBT e mulheres”.
Segundo Henrique Eduardo Alves, a grande maioria dos líderes partidários é contrária à permanência de Feliciano na presidência da comissão, e isso será exposto na reunião. Questionado sobre os argumentos que serão usados na tentativa de convencer Feliciano, Henrique Eduardo Alves disse que será o “de que a comissão precisa voltar a se reunir, trabalhar deliberar. É dever dele e dos partidos cuidar para que isso volte a acontecer”, disse.
Nota do partido
Antes da reunião de líderes, o vice-presidente nacional do PSC, Everaldo Pereira, divulgou nota afirmando que o partido vai manter a indicação de Marco Feliciano na presidência da comissão.
No documento, Everaldo Pereira admite que Feliciano pode ter feito “declarações inconvenientes”, mas lembrou que ele já se desculpou. “Qualquer um pode deslizar nas palavras, pode errar. O PSC não abre mão da indicação feita pelo partido. O deputado Marco Feliciano foi eleito por maioria dos membros da comissão e é um deputado ficha limpa, tendo todas as prerrogativas para ocupar a presidência da comissão”, declarou.
A presença de integrantes da Executiva nacional do PSC à reunião foi uma estratégia da bancada do partido para dar maior respaldo à decisão. “A decisão [sobre a permanência de Feliciano no posto] tomou proporções maiores do que imaginávamos e não poderia ser apenas da bancada, mas em conjunto com a Executiva nacional do partido”, declarou o líder do PSC na Câmara, deputado André Moura (SE).
O vice-presidente do PSC disse ainda que o partido é de paz, mas cobrou que as lideranças dos partidos da Câmara respeitem a indicação do partido e peçam aos seus militantes que protestem de maneira respeitosa. “Não fazemos ameaças, mas se for preciso convocar centenas de militantes que pensam como nós, também vamos convocar”, disse.
Diante da situação, Henrique Eduardo Alves afirmou que a reação dos líderes partidários à posição de Marco Feliciano não tem relação com o PSC nem com os evangélicos. “São circunstâncias que dizem respeito apenas a um deputado que está à frente da comissão”, declarou.
Em relação à nota do partido, o presidente da Câmara disse que o texto foi contraditório com as negociações que a Presidência da Câmara estava tendo com o partido.
Edição – Regina Céli Assumpção
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