Urgente! Aldeia Takwara (Juti – MS): fazendeiros realizam desmatamento em território indígena

Fazendeiros criminosos iniciam o desmatamento ilegal dentro da Terra Indígena Takwara, no município de Juti-MS. As únicas áreas de mata que ainda não tinham sido exterminadas pelos latifundiários (pecuaristas, canavieiros e sojicultores) estão sendo derrubadas neste momento para darem lugar às monoculturas do agronegócio

Os arrendatários da fazenda “Brasília do Sul”, que hoje encontra-se sob posse – questionada na justiça – do latifundiário Jacinto Honório da Silva, iniciaram ontem (21 de março de 2013)o desmatamento das duas áreas de mata que ainda restam dentro dos 9.700ha da Terra Indígena Takwara. Com forte aparato mecânico e grande equipe de tratoristas, os latifundiários estão concretizando uma ameaça que os indígenas já indicavam desde o ano de 2012: a pequena parte de floresta ainda encontrada na aldeia de onde é possível extrair os remédios, realizar a caça e coleta de sementes está nesse momento sendo reduzida a solo nu pelos empresários da terra.

De acordo com os Kaiowa e Guarani da Aldeia Takwara as terras originárias, encontram-se hoje completamente degradadas, são terras que estão doentes, que vem sendo exploradas pelos fazendeiros latifundiários até o seu limite. Os solos, as águas estão contaminados pelo uso indiscriminado dos agrotóxicos, as florestas foram devastadas e as plantas, animais e eles mesmos já não conseguem mais sobreviver em meio a monocultura de soja e cana-de-açúcar.

No vídeo “GUARANI KAIOWA” (ver no final da matéria), realizado em Janeiro de 2013, durante o período do “Acampamento de Observadores”, é possível observar que esta ação dos fazendeiros, como dissemos, já era prevista pelos indígenas da aldeia. Do mesmo modo, advertimos que em 18 de dezembro de 2012 foi protocolado, junto ao Ministério Público Federal (MPF), um documento do povo Kaiowá e Guarani denunciando a ameaça de extermínio das matas da aldeia.

Lembramos que após terminado o trabalho da Funai, a Terra Indígena Takwara foi reconhecida, porém teve sua portaria cancelada em 2010, tornando a área litigiosa. Ou seja, hoje a aldeia Takwara encontra-se em litígio, o que torna a ação dos fazendeiros ilegal. Nesse sentido, o MPF foi novamente acionado nesta manhã de sexta-feira (22 de março) e espera-se que consigam agir rapidamente para barrar a ação desses criminosos, tendo em vista que boa parte da biomassa já foi derrubada.

Os indígenas da aldeia Takwara estão defendendo seu território, apresentando resistência aos fazendeiros e seus capangas que estão fortemente armados. Caso, mais uma vez, não haja intervenção efetiva do Estado, esta situação poderá terminar com mais uma tragédia em Mato Grosso do Sul.

Tribunal Popular: o Estado brasileiro no banco dos réus

DENUNCIEM!!!

Excelentíssima Senhora Presidenta da República: Dilma Vana Rousseff
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Excelentíssima Senhora Presidenta da Fundação Nacional do Índio: Marta Maria Azevedo
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[email protected]
Ministério Público Federal de Dourados: Dr. Marco Antônio de Almeida
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Enviada por Natália Freire para Combate ao Racismo Ambiental.

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