Trabalhadores do setor operacional da Veracel entram em greve

Por Redação RADAR64

Cerca de 350 trabalhadores do viveiro e da colheita mecanizada da empresa Veracel Celulose entraram em greve na manhã desta segunda-feira (18) por tempo indeterminado. Eles reivindicam a negociação da pauta da data-base 2012/2013, com cinco meses de atraso, com enfoque especial para três itens: definição do piso da categoria; aumento do salário base dos operadores da colheita florestal; e negociação da cesta básicade R$ 299,00.

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Eunápolis, Tico Lisboa, a greve é por tempo indeterminado e os trabalhadores só devem voltar ao trabalho “com uma definição da empresa. ‘O salário base da categoria sofreu um achatamento tão grande que hoje é menor que o salário mínimo, ou seja, R$ 640,00. Como a empresa não pode pagar menos que o mínimo ajustou para R$ 678,00, mas a gente tá pedindo R$ 750,00’, declarou.

Outra questão ainda não definida é a revitalização da cesta básica. Os trabalhadores tentam conseguir um limite de R$ 280,00, mas a empresa só concorda em pagar R$ 190,00. Segundo o presidente, “os trabalhadores fizeram um esforço de cinco meses para negociar enquanto a empresa tem se mostrado inflexível”.

Os salários do setor operacional giram em torno de R$ 1.680,00. Um manifestante, que prefere não se identificar, levantou os índices do Dieese que trata da comparação do salário mínimo com o aumento da inflação e aponta que para atender às necessidades básicas de um cidadão brasileiro o salário mínimo deveria ser de R$ 2.937,00. Ele diz que a Fíbria Celulose, por exemplo, já paga R$ 2.643,00 para os trabalhadores do setor operacional da fábrica.

Os trabalhadores da colheita mecanizada reivindicam um reajuste de 7% com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 2012 e um aumento real de 5,5% sobre o salário atual, além da fixação do piso salarial de R$ 735,00, como informa o presidente da Associação dos Operadores de Máquinas Mecanizadas do Estado da Bahia, Eugênio de Jesus.

Outros diretores da Associação, Eduardo Estavier e Edinei Rodrigues, acrescentam itens da pauta de reivindicação como “a ampliação do percurso mínimo para 30 horas; adicional de insalubridade, periculosidade e prêmios de produtividade incorporados aos salários, além da redução da jornada de trabalho para seis horas”.

O portal RADAR 64 entrou em contato com a assessoria de comunicação da empresa que “está avaliando o movimento e a tarde deve enviar um comunicado à imprensa”, como foi informado.

http://www.radar64.com.br/ler.php?doc=17206

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