Bruno Porto – Hoje em Dia
A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) alertou os vereadores de Congonhas sobre o risco de o avanço da mineração resultar em desabastecimento de água na cidade.
Nos últimos oito anos, a estatal verificou redução na vazão mínima de dois mananciais onde há captação de água e que são responsáveis pelo abastecimento de 100% da demanda da cidade. “É extremamente perigoso o avanço da mineração. A água está no minério. Se tira o minério, pode faltar água”, diz o superintende de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Copasa, Tales Heliodoro Viana.
Ele pondera que podem existir outros cursos de água para amenizar a situação, mas que o risco de desabastecimento é real. Caso se confirme a falta de água, ele afirma que as mineradoras serão responsabilizadas e deverão fornecer o recurso.
O alerta da Copasa foi endereçado aos vereadores no ano passado, quando eles discutiam o tombamento da Serra de Casa de Pedra, onde a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) pretende avançar com a exploração de minério.
O Hoje em Dia teve acesso ao documento na semana passada. Também na semana passada, o vereador Wagner Luiz de Souza fez um requerimento solicitando uma visita técnica às nascentes de água, com a presença da Copasa.
Reunião
Na última segunda-feira (4), o presidente da Copasa, Ricardo Simões Campos, se reuniu com o prefeito de Congonhas, José de Freitas Cordeiro. A assessoria de imprensa da estatal informou que o assunto não estava em pauta.
Na peça técnica, a Copasa informa ter outorga concedida pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) para captar 100 litros de água por segundo em dois sistemas de captação.
Desse total, 60% podem ser captados no Sistema Engenho e o restante, no Sistema João Pereira. Tales Heliodoro Viana, autor do documento, lembra que já foi percebido o avanço da mineração nas cabeceiras dos córregos Engenho e Mãe D´água, como também no córrego Bandeira, manancial que pertence ao Sistema João Pereira.
A CSN se manifestou em nota. “Todos os processos da mineração Casa de Pedra são licenciados, implementados e monitorados rigorosamente em acordo com a legislação ambiental, sob a supervisão direta dos órgãos ambientais”, afirmou a empresa.
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Compartilhado por Helen Santa Rosa Guarani Kaiowá.
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