Finalista em concurso de curtas, documentário aborda tema que ainda é tabu e mostra pesquisa de historiadores
O cenário era de fome, pobreza e anti-semitismo na Europa do Leste no final do século 19. Muitas das moças de famílias judias ansiavam por maridos e melhores condições de vida e as Américas surgiam como forma de construir uma nova vida longe da discriminação e da miséria. Jovens judias, analfabetas, muitas ainda virgens, recebiam propostas de casamento e promessas de uma vida melhor. Já no porto de Marselha, no sul da França, o sonho caiu por terra e antes mesmo de embarcar para o Novo Mundo, elas eram obrigadas por seus próprios maridos a se prostituírem.
E é assim que começou a história tabu de muitas “escravas brancas”, as prostitutas judias conhecidas como “polacas” que, sem alternativa, foram parar nos centros de cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Buenos Aires e Nova York.
No Rio de Janeiro, as polacas viviam nos bordeis e cortiços na Praça XI, área central da capital fluminense, onde hoje se chama Cidade Nova e estão sediados prédios públicos. Quase não restou vestígio do passado das polacas que pelo Rio de Janeiro passaram. O assunto ainda tabu e, muitas vezes, esquecido, virou tema para o curta-documentário Aquelas Mulheres (20 min) de Verena Kael e Matilde Teles (veja o filme aqui). (mais…)