Justiça Seja Feita: “Racismo”

O documentário Justiça Seja Feita “Decisões” tem como tema o racismo. O programa traz os detalhes sobre a 1ª sentença por discriminação racial proferida no Brasil, em 1993. A decisão partiu da juíza Luislinda Dias de Valois Santos, do Tribunal de Justiça da Bahia. A magistrada é personagem central do programa, já que, por ser negra, convive com situações de racismo desde criança. “Ser negro no Brasil é ser forte”, sintetiza Luislinda Valois.

Compartilhada por Margaret Pereira.

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Professor de tortura francês participava de guerra contra-revolucionária na Amazônia

José Ribamar Bessa Freire*

Acabo de ler o último livro que o general francês Paul Aussaresses escreveu: “Eu não contei tudo. Últimas revelações a serviço da França” (Je n’ai pas tout dit. Ultimes révélations au service de la France, Editions du Rocher, 2008). Depois disso, tentei entrevistá-lo, sem sucesso, através de contato com Jean-Philippe Bertrand, assessor de comunicação da editora. Soube que o general está com 94 anos, quase cego, e que não mora em Paris, reside na Alsácia. Mas não dá entrevistas.

Nos últimos anos, ele concedeu, pelo menos, duas entrevistas polêmicas: uma ao Le Monde, em novembro de 2000; outra, publicada pela Folha de S. Paulo, em maio de 2008, feita pela jornalista brasileira Leneide Duarte-Plon, que vive na França. Paul Aussaresses falou com ela e deu sua opinião sobre os militares brasileiros. Disse que o general Ernesto Geisel era “uma homem racional de uma profunda moralidade”, que o general João Figueiredo era “um adorável sedutor” e que guardou boas lembranças do general Garrastazu Médici, a quem conheceu na embaixada da França e com quem conversou em português.

Tentei arrancar agora uma entrevista para o Diário do Amazonas, consciente de que seria difícil. Diante da impossibilidade, só me resta compartilhar com o leitor minhas impressões sobre o livro que li, onde o general conta suas andanças pelo Brasil, suas atividades como adido cultural da França em Brasília, de 1973 a 1975, e suas muitas passagens por Manaus, onde foi professor de tortura no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS). (mais…)

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A primavera virá

Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende. (mais…)

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Governo quer reduzir doenças evitáveis que ainda causam mortes na população indígena

Paula Laboissière, Repórter da Agência Brasil

Brasília – O secretário especial de Saúde Indígena, Antônio Alves, disse hoje (13) que o avanço da tuberculose entre populações indígenas brasileiras preocupa o governo federal. Dados do Ministério da Saúde indicam que a prevalência da doença nas aldeias é 102 casos para cada grupo de 100 mil, enquanto entre populações não indígenas o índice é de 37,9.

Durante reunião do Conselho Nacional de Saúde (CNS), ele destacou ainda que 630 crianças menores de 1 ano morreram no ano passado em decorrência de males que podem ser prevenidos, como doenças respiratórias e diarreia. “Se são causas evitáveis, temos que fazer de tudo para evitá-las”, avaliou o secretário.

Alves lembrou que o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta a existência de 304 etnias indígenas no Brasil. Ao todo, cerca de 896 mil brasileiros se declararam índios. Desses, 620 mil moram em aldeias e os demais em periferias de centros urbanos. (mais…)

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Brasil – genocídio de jovens pobres e negr@s

Por Atila Roque*

O Brasil convive, tragicamente, com uma espécie de “epidemia de indiferença”, quase cumplicidade de grande parcela da sociedade e dos governos, com uma situação que deveria estar sendo tratada como uma verdadeira calamidade social. Em 2010, 8.686 crianças e adolescentes foram vítimas de homicídio. Estamos falando ao equivalente a cerca de 43 aviões da TAM, como o do trágico acidente em 2007, lotados de crianças e adolescentes.

De 1981 a 2010, o país perdeu assassinadas 176.044 pessoas com 19 anos ou menos, sendo que meninos representam em torno de 90% do total. Esses dados horripilantes nos alcançaram mais uma em meados de julho, quando foi divulgado o “Mapa da Violência 2012 – Crianças e Adolescentes do Brasil”, do pesquisador Júlio Jacobo Waiselfisz, coordenador de Estudos sobre a Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) no Brasil. Os dados e análises compilados sistematicamente nos últimos anos pelo Mapa revelam um cenário de dor e horror que não tem obtido a atenção que merece na sociedade brasileira. (mais…)

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O que você precisa saber sobre a Lei de Cotas

As cotas raciais são uma demanda antiga do movimento negro, mas o debate mais generalizado na sociedade sobre ações afirmativas no Brasil se fortaleceu com a participação ativa do país na III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, ocorrida em 2001, em Durban, na África do Sul. A partir desse período, diversas universidades estaduais e federais brasileiras passaram a adotar cotas sociais ou raciais, mas não havia uma lei que regulamentasse nem tornasse esse tipo de ação afirmativa uma política de Estado. Com a Lei 12.711, sancionada pela presidente Dilma Rousseff no último dia 29 de agosto, este instrumento de promoção da igualdade racial e social deve se fortalecer, além de provocar instituições estaduais e privadas a adotarem também medidas correlatas.

As ações afirmativas são medidas discriminatórias positivas: na realidade elas discriminam para integrar, ao contrário das medidas discriminatórias negativas (como o apartheid foi na África do Sul), que servem para segregar. As ações afirmativas favorecem alguém que foi historicamente discriminado e desfavorecido em conseqüência de políticas e formas de dominação que são consideradas injustas e desumanas pelos acordos e tratados internacionais de direitos humanos. Elas existem para que essas pessoas possam competir no mercado de trabalho e exercer seus direitos plenamente, em igualdade com aqueles outros indivíduos que, ao contrário, foram historicamente favorecidos e hoje possuem uma vantagem muito grande em relação aos primeiros.

Essa desigualdade é que separa as pessoas tanto espacialmente (em consequência da desigualdade, as pessoas moram em lugares distintos), profissionalmente (os privilegiados ficam com os melhores empregos e profissões), e simbolicamente (as pessoas privilegiadas são consideradas melhores na sociedade porque possuem aquelas características desejadas por todos). O problema é que essa desigualdade não acontece por falta de mérito dos que estão em desvantagem, mas são resultado do ponto de partida de cada um, pois um parte de uma situação em que tudo conspira a seu favor (condições ideais de ensino, moradia, saúde, autoestima), enquanto o outro parte de condições contrárias (falta de tudo aquilo, acrescida à violência racial, que é tanto simbólica quanto situacional).  (mais…)

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Mulheres analisam proposta de enfrentamento ao racismo e sexismo

Convidadas pela SEPPIR, cerca de 50 especialistas estarão reunidas nesta quinta e sexta-feira (13 e 14/09) numa Oficina de Consulta, em Brasília

Analisar propostas e colher contribuições para consolidação de um plano de ações estratégicas para o enfrentamento ao racismo e ao sexismo e para a promoção da igualdade racial. Esse é o motivo da participação de cerca de 50 especialistas na Oficina de Consulta sobre Ações Integradas para Mulheres Negras, que a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) realiza nesta quinta e sexta-feira (13 e 14/09), em Brasília.

A abertura do evento contará com a presença da ministra Luiza Bairros. O início da oficina será na Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), no Campus Universitário Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UNB).

O debate será iniciado com a apresentação de uma proposta formulada pela Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas da SEPPIR, com base nas prioridades do Eixo 9 – Enfrentamento ao Racismo, Sexismo e Lesbofobia do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e no Estatuto da Igualdade Racial. A proposição está orientada também nas diretrizes, objetivos e metas do programa “Enfrentamento ao Racismo e Promoção da Igualdade Racial” do Plano Plurianual (PPA 2012-2015), resultante da articulação da SEPPIR com os outros Ministérios, e nas recomendações da Comissão de Proteção e Defesa dos Direitos das Mulheres Negras do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR).

Compartilhada por Margaret Pereira.

http://www.seppir.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2012/09/mulheres-analisam-proposta-de-enfrentamento-ao-racismo-e-sexismo

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Um panorama das plantações industriais de árvores no Sul global: Conflitos, tendências e lutas de resistência

Por WRM

Este novo relatório trata dos principais tipos de plantação (eucalipto, pínus, acácia, dendê, seringueira) e sistematiza impactos dessas plantações relatados nos últimos 15 anos em muitos países do Sul, com base, principalmente, em experiências das comunidades. Ao mesmo tempo, o relatório apresenta números sobre a expansão das plantações industriais de árvores desde a década de 90 e examina novas tendências relevantes que têm pressionando por mais expansão das plantações desde então.

Concentrando-nos em três estudos de caso por países (Brasil, Moçambique e Indonésia), refletimos sobre a importância e as experiências das lutas de resistência, mostrando cada vez mais os resultados das plantações danosas para os modos de subsistência de povos locais.

O relatório mostra uma expansão em quatro vezes das plantações industriais de árvores no Sul global, para mais de 60 milhões de hectares atualmente, com base na lógica irracional do lucro, junto com uma contínua pilhagem dos recursos naturais. Também mostra os principais atores, ainda predominantemente do Norte, que têm pressionado por essa expansão no Sul global. (mais…)

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Movimento Ocupa Monsanto realiza manifestações contra a transnacional

Por Natasha Pitts, Adital

No próximo dia 17, o movimento ‘Ocupa Monsanto’ realizará em várias partes do mundo um grande protesto contra a maior produtora de transgênicos, a empresa estadunidense Monsanto, e o uso de produtos e organismos geneticamente modificados (OGM). A intenção é fazer com que a transnacional dos transgênicos recolha seus produtos das prateleiras e os levem de volta para os laboratórios, de modo que eles não cheguem até as pessoas para contaminá-las e prejudicá-las.

A principal manifestação acontecerá na cidade de Saint Louis, condado do estado de Missouri (EUA). A concentração será nas “portas do mal”, como é chamada a sede da Monsanto, seus locais de pesquisa e os escritórios da empresa. Também estão previstas ações em mais de 60 cidades da Argentina, Alemanha, Canadá, Filipinas, entre outros países.

“A população está preocupada pela evidência de que os alimentos transgênicos afetam a saúde humana, mas os políticos e as empresas ignoram o protesto político contra os produtos com modificações genéticas para proteger seus grandes benefícios”, assinalou Rica Madrid, de Ocupa Monsanto, ao site do movimento. (mais…)

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