Agrotóxicos controlam pragas e doenças em fazendas do mundo inteiro. Resíduos na água e aumento dos casos de câncer chamam a atenção.
Pelo ar, por terra, em diversas formulações e preparos. Os agrotóxicos fazem parte do pacote tecnológico usado na maioria das propriedades rurais brasileiras. Com o crescimento da agricultura, na última década, a venda desses produtos no país aumentou 190%, situação que vem preocupando os profissionais da saúde.
A Abrasco, Associação Brasileira de Saúde Coletiva, publicou um dossiê que reúne os resultados de diversas pesquisas feitas em várias regiões do Brasil avaliando os efeitos dos agrotóxicos sobre o meio-ambiente e a saúde das pessoas.
O biólogo Fernando Carneiro é professor de saúde coletiva da Universidade de Brasília e membro da Abrasco. Foi ele quem reuniu as informações publicadas no dossiê. “De modo geral, em torno de 30% dos alimentos que o brasileiro consome não estão adequados para consumo humano em relação à questão dos agrotóxicos. Amostras são insatisfatórias ou porque têm agrotóxico não autorizado ou porque têm resíduo em quantidade inadequada”, explica.
O dossiê aponta que 14 agrotóxicos vendidos no Brasil já estão proibidos em outros países porque são suspeitos de causar danos neurológicos, mutação de genes e câncer.
Confira o vídeo com a reportagem completa e conheça uma das pesquisas que fazem parte do dossiê, um trabalho que relaciona o uso de agrotóxicos com a contaminação da água e o aumento do número de casos de câncer.
http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2012/08/no-ceara-pesquisa-alerta-para-os-riscos-do-uso-de-agrotoxicos.html
Uso de agrotóxicos traz problemas ambientais e já causou até um crime
No Ceará, agricultores trabalham em sistema modelo. Controle de pragas e doenças é fundamental para o sucesso das lavouras.
Na Chapada do Apodi, no Ceará, os lotes do perímetro irrigado são pequenos, tem de quatro a 12 hectares. Milho verde é colhido praticamente o ano inteiro, por isso, tem plantio quase todo dia. A semente tem a cor avermelhada porque já vem tratada com veneno, mas antes do plantio, ainda recebe o reforço de um inseticida.
O técnico agrícola José Erivânio foi contratado especialmente para lidar com os agrotóxicos e garante que trabalha sempre usando o equipamento de produção individual, o epi.
Em outra propriedade, Luís Carlos Castro produz semente de milho, sorgo e feijão. Ele toca 200 hectares de terra em parceria com outros agricultores e afirma que controlar pragas e doenças é fundamental para o sucesso do negócio.
No caso da ferrugem, o controle é feito com aplicação de fungicidas. Os produtos vão direto para o pulverizador e as embalagens vazias passam pela tríplice lavagem. A água residual também vai para o pulverizador. Os frascos de veneno são inutilizados imediatamente e o trator usado na pulverização tem cabine pressurizada para reduzir o risco de contaminação do condutor. O equipamento, conta Luís, custou cerca de R$ 340 mil.
Uma área construída especialmente para lidar com veneno, abriga o depósito de agrotóxicos, todos com receituário agronômico, conforme determina a legislação. A estrutura ainda conta com uma sala para guardar embalagens vazias, uma para o tratamento de sementes, lavanderia para lavar os equipamentos e banheiro químico para o banho depois do serviço. A água do chuveiro e do tanque vai para uma fossa química equipada com carvão ativado. O custo ficou em torno de R$ 50 mil.
Confira o vídeo com a reportagem completa e saiba como funciona o sistema de quem não tem estrutura própria.
http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2012/08/uso-de-agrotoxicos-traz-problemas-ambientais-e-ja-causou-ate-um-crime.html. Enviadas por Roderigo de Medeiros Silva.