De acordo com o representante do ACNUR no Brasil, Andrés Ramirez, há mais de 56 mil refugiados no Equador, principalmente de origem colombiana. Ele explica que algumas das regiões da Colômbia onde o conflito é mais intenso são próximas da fronteira com o Equador. “A fronteira colombiana com o Brasil, por exemplo, é maior, mas é majoritariamente de floresta amazônica, uma área pouco povoada e de difícil movimentação”, disse.
Segundo Ramirez, é preciso considerar que o Equador é um país pequeno e relativamente pobre, com uma população menor que a da Grande São Paulo e que, ainda assim, tem mais refugiados que o Brasil. “Há um mito de que os refugiados vão apenas para os países desenvolvidos, mas isso não é verdade. Essas pessoas estão fugindo de alguma situação extrema, por isso vão para onde podem, em geral para os países vizinhos, que, em regra, também são países pobres”, afirma.
Por isso, ele destaca a importância de uma maior cooperação internacional nesse tema, que outros países, principalmente os desenvolvidos e grandes emergentes como o Brasil, tenham uma atuação mais ativa na ajuda a essas pessoas e se disponham a receber uma parcela maior dos refugiados. “Sabemos que a crise econômica internacional dificulta ações maiores nesse sentido, mas não tem jeito, os problemas dos refugiados continuam. Há hoje várias situações de instabilidade no mundo, como na Síria, Mali e Somália, e pessoas que precisam de ajuda nesses lugares”.
Gracias Ecuador
O lançamento campanha “Gracias Ecuador” aconteceu em Brasília durante a cerimônia de abertura da exposição “Guayasamín – Continente Mestiço”, com obras de um dos mais renomados pintores e humanistas equatorianos, Oswaldo Guayasamín. O lançamento é parte da estratégia de divulgação internacional da iniciativa, que vem sendo implementada pelo ACNUR e pelo Ministério das Relações Exteriores do Equador.
A obra de Guayasamín exalta sua origem étnica quechua, com influência da arte latino-americana pré-colonial e do barroco espanhol. Além de ser um expressivo inventário dos períodos mais violentos das recentes ditaduras, o trabalho do pintor denuncia os massacres contra as civilizações pré-hispânicas na América Latina. “A obra de Guayasamín retrata as tragédias humanas, por isso essa exposição é também uma boa oportunidade para tratarmos da questão dos refugiados”, disse Ramirez. “Nosso objetivo com a campanha é incentivar outros países a terem a mesma receptividade e solidariedade do Equador”, acrescentou.
O site da campanha disponibiliza diversos documentários sobre a integração dos refugiados colombianos e propõe a participação do público por meio de outras atividades.
Serviço:
Exposição “Guayasamín – Continente Mestiço”
Visitação: de 11 de agosto a 14 de outubro
Local: Museu Nacional do Conjunto Cultural da República
Endereço: Setor Cultural Sul, Lote 02, Esplanada dos Ministérios – Brasília – DF
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