Marinha impede acesso do Bando de Teatro Olodum no Rio dos Macacos

Grupo iria fazer leitura de texto que simboliza resistência das mulheres.
Marinha diz ser necessária autorização prévia para entrada no território.

Membros do “Bando de Teatro Olodum” tiveram acesso negado pela Marinha do Brasil ao território “Rio dos Macacos”, ocupado por remanescentes quilombolas, situado em Simões Filho, na região metropolitana de Salvador. A tentativa ocorreu na manhã de domingo (8), dia em que foi planejada a leitura de um texto do autor e diretor Márcio Meirelles, intitulado “Candaces, a Reconstrução do Fogo”. O órgão justifica que equipes fazem o controle da movimentação de pessoas e veículos já que, como área militar, o acesso é restrito, segundo nota divulgada nesta segunda-feira (9).

O acesso ao quilombo pode ser feito por dois caminhos. Um deles, que despista o monitoramento da Marinha, é considerado “ilegal”. As cerca de 15 pessoas do grupo teatral optaram por percorrer o caminho oficial, quando se depararam com a barreira. Não houve conflito entre artistas e militares, de acordo com as partes. A área é disputada judicialmente pela Marinha, que pede a posse da terra em uma ação demandada no ano de 2009. A ação que seria executada em março deste ano foi suspensa por cinco meses para que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) finalize um relatório técnico sobre o tempo de ocupação da área e os indícios de senzala, como foi reconhecido pela Fundação Cultural Palmares. (mais…)

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Servidores da Funai anunciam continuidade da greve por tempo indeterminado

Da Agência Brasil

Brasília –  Os servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) anunciaram hoje (9) a continuidade da greve até que o governo apresente sua proposta de negociação. A paralisação já dura 18 dias. A categoria reivindica reconstrução do plano de carreira, aumento salarial, contratação de novos servidores e melhores condições de trabalho.

Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal (Sindsep-DF), Oton Pereira Neves, o governo ainda não se manifestou sobre as reivindicações dos servidores da Funai, e por isso a greve vai continuar.

“Os servidores trabalham em péssimas condições. Eles se queixam da falta de equipamentos, exigem a contratação de mais 3 mil funcionários e a mudança para uma nova sede em Brasília, pois a atual está caindo aos pedaços. Enquanto o governo não atender às reivindicações,  vamos continuar em greve.”, disse Pereira.

Para  a servidora da Funai Thaís Bittencourt, além do reajuste salarial, os servidores querem ser valorizados. “Estamos reivindicando melhor infraestrutura  das instalações, principalmente nas coordenações regionais. Há locais que não tem sede, computadores, telefone, internet e meios de transporte, como barcos na Amazônia. Estamos trabalhando em condições precárias. Queremos que novos concursos sejam feitos e que os servidores sejam melhor capacitados para atender aos índios”, ressaltou. (mais…)

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Agricultores e pescadores: vítimas e heróis anônimos de uma guerra desigual declarada pelas grandes corporações

Marcos A. Pedlowski

Agora que a Rio +20 representa apenas mais uma oportunidade perdida de se alterar o rumo da História, aquelas pessoas que sentem mais diretamente o impacto desta indisposição para resolver os problemas ambientais terão de continuar seu inglório combate sob condições ainda mais perigosas. O fato é que lutar para proteger os ecossistemas naturais da Terra é uma atividade altamente perigosa. E para verificar isto nem é necessário recorrer às películas produzidas por Hollywood, que glamourizam as relações desiguais existentes entre corporações e as populações que resistem ao avanço dos interesses do capital sobre suas fontes de sobrevivência. Mas, abrirei aqui um parêntesis: quem assistiu ao filme “Atirador”, estrelado pelos atores Mark Wahlberg e Danny Glover, entende o que estou falando. Afinal, o mote daquela produção é justamente a realização da justiça pelas próprias mãos de um franco atirador do Exército norte-americano contra políticos que usam seu poder para matar impunemente em nome de corporações petrolíferas.  (mais…)

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Solidariedade a AHOMAR

Nós, entidades da sociedade civil, movimentos sociais, cidadãos do Brasil e do mundo indignados com os assassinatos dos pescadores artesanais Almir Nogueira de Amorim e João Luiz Telles Penetra (Pituca), membros da Associação Homens e Mulheres do Mar (AHOMAR), da Baía de Guanabara, exigimos as imediatas: assinatura pelo Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do Decreto de Institucionalização do Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos e reabertura da DPO da Praia de Mauá, em Magé. Estaremos atentos até que os mandantes e assassinos diretos destes pescadores, assim como os dos também pescadores da AHOMAR Paulo Santos Souza e Márcio Amaro, mortos em 2009 e 2010, respectivamente, sejam identificados e responsabilizados.

Somos todos pescadores, somos todos militantes da AHOMAR!

Assinam:

GT Minorias
GT Moradia

Enviada por Fórum Justiça.

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AÇÃO URGENTE: Ativistas em risco no Brasil depois do assassinato de colegas

No final de junho de 2012, os corpos de Almir Nogueira de Amorim e João Luiz Telles Penetra, pescadores e membros ativos da AHOMAR, foram encontrados na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro. Eles desapareceram depois de saírem para uma pescaria em 22 de junho de 2012. As investigações preliminares da divisão de homicídios da Polícia Civil indicam que ambos foram amarrados antes de serem afogados. (mais…)

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Draco investiga ameaças feitas a pescadores

Presidente de associação que teve quatro integrantes mortos nos últimos três anos vai prestar depoimento hoje

Emmanuel Alencar

RIO – Pescar na Baía de Guanabara virou sinônimo de navegar em águas perigosas. A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) está investigando dezenas de ameaças feitas a pescadores da Associação Homens do Mar da Baía de Guanabara (Ahomar). Fundador e presidente da entidade, que teve quatro integrantes assassinados nos últimos três anos, Alexandre Anderson de Souza, ele próprio ameaçado de morte, prestará depoimento hoje na Draco. Além desse inquérito, há um outro, aberto na Divisão de Homicídios, sobre dois dos assassinatos, ocorridos no mês passado — os outros dois casos, ocorridos em 2009 e 2010, estão até hoje sem solução. A principal linha de investigação da DH é a que liga os crimes a uma disputa feroz por áreas de pesca.

Os dois homicídios são objeto ainda de um inquérito do Ministério Público Federal. O procurador da República Lauro Coelho Junior diz que abriu o procedimento para cobrar da polícia a conclusão das investigações. Lauro cita um outro fato que ajudaria a aumentar o clima de tensão na Baía. Ele afirma que há um conflito cada vez mais acirrado entre os pescadores e a indústria petrolífera, com o aumento das zonas de exclusão de pesca — ou seja, em áreas do mar onde passam dutos das empresas, a atividade é proibida. (mais…)

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Moradores de rua encontram R$ 20 mil em São Paulo e entregam à polícia

Um casal de moradores de rua de São Paulo encontrou uma bolsa com R$ 20 mil na madrugada desta segunda-feira na Radial Leste e entregou o dinheiro achado à polícia militar, que confirmou o ocorrido pouco tempo depois.

Após pegar a bolsa, o casal, que vive há quatro meses debaixo de uma ponte na zona leste da cidade e se sustenta com a venda de materiais recicláveis, pediu para um segurança da rua chamar a polícia para denunciar e entregar a “fortuna” encontrada. (mais…)

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MG – Ameaças a comunidades quilombolas que enfrentam a mineração

Segurança pública e direitos humanos debatem mortes anunciadas

Por Sergio U. Dani, de Heidelberg, Alemanha

As Comissões de Segurança Pública e de Direitos Humanos da ALMG convidam para debater a violência contra comunidades quilombolas em Minas Gerais, especialmente as ameaças de morte sofridas pelo vereador Vanderlei Dias, de Pedro Leopoldo, e pela Sra. Evane Lopes Dias Silva, líder da Comunidade Quilombola de São Domingos, de Paracatu.

Duas mortes anunciadas já seriam razão de alarme, mas infelizmente essas são apenas uma fração do número real de mortes anunciadas.

Em Paracatu, a mineradora canadense Kinross Gold Corporation (KGC), depois de ter matado a tiros alguns integrantes da Comunidade Quilombola, conseguiu expulsar essa comunidade, invadiu e poluiu com arsênio e cianeto o Território Quilombola que está protegido pela Constituição Federal. A KGC conta com o apoio de certos juízes, promotores públicos, empresários e políticos para operar um geocídio e um genocídio em Paracatu. (mais…)

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‘Outras Palavras’ atacado: como estamos reagindo

Páginas devem voltar ao ar até terça-feira. Agressão revela métodos de quem não tolera liberdade de expressão. Em breve, novidades editoriais e plano para criar rede de apoiadores

É provável que, em algum momento, nas próximas 24 horas, os sites de Outras Palavras voltem ao ar. Os vírus que haviam sido implantados em nossos servidores no final da noite de sábado (veja mensagem que enviamos ontem, ou notícia em nossa página do Facebook) foram removidos – aparentemente, por completo. Uma nova varredura foi solicitada ao Google, para que constate o fim da invasão e deixe de enviar alertas a quem visita www.outraspalavras.net. Um trabalho suplementar, de correção de eventuais sequelas e tentativa de identificar os agressores, começará assim que for possível visualizar o estado de nossas bases de dados e a aparência dos sites.

O que foi possível apurar até agora ajuda a compreender como agem, na internet, os que temem a liberdade de expressão. A partir das primeiras horas desta segunda-feira (9/7), o Google forneceu uma primeira relação de 26 páginas de Outras Palavras que haviam sido infectadas, cerca de 24 horas antes. A tática dos agressores foi tirar o site do ar por meios indiretos. Eles introduziram, em nossos códigos, programação que pode contaminar os computadores de quem busca nossas informações e análises. Sabiam que, em seguida, estas ameaças seriam detectadas e, na prática, bloqueariam o acesso a nosso conteúdo. Quem se atreve a visitar um espaço na web qualquer, ao de ser avisado de que “www.outraspalavras contém malware. Seu computador pode ser infectado por um vírus, se você visitar este site”? (mais…)

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As garras do Brasil na Condor

Por Luiz Cláudio Cunha*

A mais longa ditadura da maior nação do continente não poderia ficar de fora do clube mais sinistro dos regimes militares da América do Sul. O Brasil dos generais do regime de 1964 estava lá, de corpo e alma, na reunião secreta em Santiago do Chile, em novembro de 1975, que criou a Operação Condor.

Nascia a mais articulada e mais ampla manifestação de terrorismo de Estado na história mundial. Nunca houve uma coordenação tão extensa entre tantos países para um combate tão impiedoso e sangrento a grupos de dissensão política ou de luta armada, confrontados à margem das leis por técnicas consagradas no submundo do crime.

Tempos depois, em 1991, as democracias renascidas da região construíram um difícil pacto de integração política e econômica batizado de Mercosul. Dezesseis anos antes, contudo, os generais das seis ditaduras do Cone Sul — Chile, Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Bolívia — tinham conseguido realizar, a ferro e fogo, uma proeza ainda mais improvável: um secreto entendimento pela desintegração física, política e psicológica de milhares de pessoas.

A Operação Condor trouxe para dentro do Estado ilegítimo das ditaduras as práticas ilegais da violência de bandos paramilitares, transformando agentes da lei em executores ou cúmplices encapuzados de uma dissimulada política oficial de extermínio. (mais…)

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