Mortes intrigam pescadores artesanais de Magé

O pescador Alexandre Anderson de Souza: “Todos estão chocados” Rafael Andrade / O Globo

Ativistas ambientais denunciam aumento do número de homens armados na Baía de Guanabara

Emanuel Alencar

RIO – Conflitos por territórios de pesca podem estar por trás dos assassinatos de dois pescadores, na madrugada de sábado, na Baía de Guanabara. A linha de investigação preliminar da polícia associa os homicídios de João Luiz Telles Penetra, de 40 anos, e Almir Nogueira de Amorim, de 45 anos, a uma briga num “curral”, armadilha para peixes feita com varetas de madeira. As mortes — um dia após o encerramento da Rio+20 — vêm intrigando pescadores artesanais de Magé, que denunciam o aumento de homens armados navegando pela baía. A pedido da chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, as investigações do caso ficarão sob a responsabilidade da Divisão de Homicídios (DH) da capital. Até quarta-feira, o caso estava na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo.

Presidente da Associação dos Homens do Mar da Baía de Guanabara (Ahomar), entidade que luta pela preservação da pesca artesanal, Alexandre Anderson de Souza disse na quarta-feira que João Luiz, conhecido como Pituca, liderava o movimento ambientalista em Paquetá:

— Ele (João Luiz) e Almir denunciavam o uso insustentável da baía. Foram brutalmente assassinados, tiveram pés e mãos amarrados e morreram afogados. Cada vez mais homens armados circulam pela Baía de Guanabara, impedindo os pescadores de trabalharem.

O chefe da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim, Breno Herrera, disse que o episódio é inaceitável e que o caso merece uma criteriosa investigação da polícia:

— A baía não pode virar uma zona de guerra.

http://oglobo.globo.com/rio/mortes-intrigam-pescadores-artesanais-de-mage-5337191

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