Vivemos um processo de permanente flexibilização da normativa ambiental, do qual o novo Código Florestal é, talvez, o exemplo que maior notoriedade. Esse processo se apóia na construção de uma retórica na qual a legislação ambiental e os procedimentos previstos em lei para o licenciamento de projetos representam “entraves ao desenvolvimento”. A oficina proposta pretende discutir, na contramão desse processo, a importância dos procedimentos de planejamento sobre o uso dos recursos naturais considerarem as desigualdades ambientais existentes nos territórios e corrigi-las, através da garantia de tratamento justo e de envolvimento efetivo dos grupos sociais nos processos de tomada de decisão acerca do território em que vivem e dos recursos naturais que acessam.
Para tanto, serão apresentados os resultados de cinco estudos de caso – desenvolvidos entre 2005 e 2009, através de uma parceria entre a FASE e o IPPUR/UFRJ – que acompanharam experiências concretas de licenciamento de projetos de desenvolvimento, que revelam que os processos de avaliação de impacto e de tomada de decisão tendem a não considerar, apropriadamente, a diversidade sociocultural das formas de apropriação do meio e a não incluir a perspectiva diferenciada dos grupos sociais potencialmente atingidos. (mais…)