Maria José do Nascimento foi vítima de racismo após agressora bater no seu carro
“Eu me sinto péssima por ser comparada a um animal, nisso que não existe reparação nenhuma, é uma dor que vai na alma, é uma ferida que não está no corpo, vou tentar superar esse trauma, mas infelizmente isso marca como um momento muito triste para minha vida”.
Essas foram as palavras da presidente do Conselho Regional do Serviço Social do Piauí, que também é analista do juizado de combate a violência contra a mulher. Maria José do Nascimento descreve emocionada os momentos em que afirma ter sido um dos mais humilhantes da sua vida.
“Quando eu estava chegando ao Mercado da Piçarra no último sábado (11/02), uma mulher estava saindo de um estacionamento e percebi que ela estava vindo na direção do meu carro, então comecei a buzinar como forma de alertar e ela seguramente me viu, ou pelo menos ouviu a buzina do carro, mas ela entrou e bateu na porta do meu veículo”, disse.
“Eu perguntei se ela era louca; no que eu disse isso, ela saiu e tentou me arrancar do meu carro pelo colarinho da blusa que eu estava trajando, começou a me esbofetear e me chamar de ‘negra macaca’. A população, feirantes e transeuntes que estavam nas proximidades afastaram essa agressora e ficaram indignados com a atitude dela. Tentei argumentar, e o que ela fez foi começar a dançar na minha frente, imitando um macaco”, afirmou Maria José.
Segundo ela, a população muito indignada já estava a ponto de partir para cima dela, mas a mesma evadiu-se do local deixando o carro.
“A condição social só camufla o racismo. Quero mostrar para essas pessoas que independente de eu ser presidente de um conselho de uma autarquia federal, servidora do tribunal, que tem uma história de luta em defesa da mulher e atuo no juizado de violência contra a mulher, as pessoas têm que rever seus valores que as fazem partir para uma violência brutal, insana como a que essa mulher fez comigo”, disse ela emocionada.
A assistente social fez o boletim de ocorrência no 6º Distrito Policial imediatamente e ontem, acompanhada da delegada Vilma, prestou queixa na Delegacia de Combate às Práticas Discriminatórias. A audiência está prevista para o dia 28 de fevereiro às 9h.
“Quero que essa pessoa não saia impune do crime que ela cometeu, essa injustiça. Foi um crime de racismo, mas também um crime contra a minha honra, minha moral e minha dignidade de pessoa humana”, concluiu.
http://180graus.com/geral/negra-macaca-vitima-de-racismo-vai-processar-a-agressora-do-ato-496661.html
Ola, companheira de profissão,fico muito contente pela sua iniciativa, o que não foge dos padrões da nossa proposta intransigente de defesa dos direitos da pessoa humana. sua atitude com certeza vai refletir positivamente pontos a serem repensados por toda sociedade, não só a questão do racismo mas também a discriminação contra a pessoa gorda, deficiente, idosa,dentre outros. Apesar de ser uma situação bastante complexa mesmo assim parabenizo-a pela coragem (num linguajar bem popular) de botar a boca no trombone!! Abraços!
Estou com você Maria José. Esta ação praticada contra a sua pessoa foi um crime e quem a praticou precisa ser penalizada para que servir de exemplo à toda sociedade. Espero que a justiça seja feita embora sabendo que os danos morais jamais serão reparados.Estou na torcida por você. Sou acadêmico do curso de Serviço Social.abraços!.