Marcos Agostinho*
Uma celebração ecumênica a ser conduzida por religiosos de matriz africana servirá para relembrar a última batalha do Quilombo dos Palmares, em Alagoas, ocorrida em 6 de fevereiro de 1694, ou seja, há 318 anos.
O evento será realizado pela Representação da Fundação Cultural Palmares no estado alagoano e faz parte do projeto De Volta a Angola Janga. O evento reunirá os descendentes e herdeiros do Quilombo dos Palmares.
O encontro está marcado para o próximo domingo, 5 de fevereiro, às 22h, no sítio Recanto, localizado na Serra da Barriga. Neste ano, também comemora-se 415 anos de fundação do Quilombo dos Palmares, que resistiu por quase um século, tornando-se o maior centro de resistência negra no colonialismo. A nação erguida por africanos de diferentes etnias no Brasil foi batizada por eles de Angola Janga, que significa “pequena Angola”.
Após o rito religioso, haverá uma caminhada de aproximadamente 4 quilômetros, intercalada por momentos de reflexão sobre intolerância religiosa, violência contra o jovem negro e a situação dos quilombos de Alagoas. Em cada parada, serão lidos poemas do ativista Abdias Nascimento, falecido em 2011, e do poeta Jorge de Lima, que viveu até 1953.
A chegada ao Platô do Parque Memorial Quilombo dos Palmares está prevista para acontecer na manhã de segunda-feira, 6, e nesse dia haverá uma série de atividades. A ideia é que, dessa programação, participem, além dos remanescentes, religiosos de matriz africana, sobreviventes do episódio que ficou conhecido como ‘Quebra de Xangô’. O fato aconteceu no dia 2 de fevereiro de 1912, quando todos os terreiros de umbanda e candomblé de Maceió foram derrubados a partir de uma ordem governamental.
*Ascom/MinC
Imagem: Fundação Cultural Palmares
http://www.circuitomt.com.br/editorias/geral/10953-os-415-anos-do-simbolo-da-resistencia-negra-e-celebrado.html