Situação da saúde indígena no Vale do Javari continua grave e inalterada

Manifesto divulgado esta semana pede providências imediatas do Ministério da Saúde para reverter o quadro de mortes e doenças que assola a população indígena do Vale do Javari, no sudoeste do Estado do Amazonas e sul do Acre, na fronteira do Brasil com o Peru e que já dizimou um terço de sua população

O documento é assinado pelo líder Clovis Marubo e relata que a população na região soma mais de 4.900 indígenas das etnias Mayuruna, Matis, Marubo, Kanamary e Kulina, que vivem na segunda maior terra indígena demarcada e homologada em território brasileiro, com 8,5 milhões de hectares.

Entretanto, há anos crescem as denúncias e relatos de mortes e disseminação de doenças que seriam controláveis se houvessem ações de saúde eficazes para preveni-las e combatê-las, caso das hepatites virais, da malária e de doenças sexualmente transmissíveis.

A situação no Vale do Javari é gravíssima e a busca por soluções para reverter esse quadro dramático de dizimação daquelas populações indígenas motivou a elaboração de um estudo elaborado pelo Centro de Trabalho Indigenista, em parceria com o ISA. Trata-se de diagnóstico completo da situação que traz recomendações e foi validado pelos indígenas da região.

O diagnóstico médico-antropológico foi entregue ao titular da Secretaria Especial de Saúde Indígena por lideranças e representantes do ISA e do CTI, em outubro do ano passado. Na ocasião, Alves disse em entrevista ao ISA que a Sesai já conhecia várias das informações contidas no diagnóstico, mas que ia ler com atenção. “Várias das recomendações que o relatório aponta, já estamos cumprindo, em nosso esforço nesse primeiro ano de Sesai. O documento enriquecerá a nossa avaliação, o diagnóstico que já tínhamos. É uma grande contribuição para a política que queremos fazer.”

Apesar disso, de acordo com o manifesto, o gravíssimo quadro da saúde naquela região continua inalterado.

http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=3496

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