Mÿky: entre florestas, gado e queimadas

Matéria publicada no Brasil de Fato retrata o cotidiano da aldeia indígena Mÿky, no Mato Grosso. Segundo suas crenças, os seres humanos viviam dentro de uma enorme pedra até que um dia um urubu curioso espiou pela fresta e viu o que estava lá fora. Assim os Mÿki veem o novo mundo que surgiu ao seu redor: espiando as incertezas do futuro

Os caminhos que levam à aldeia Japuíra, região de Brasnorte, Mato Grosso, são tão novos para seus habitantes quanto aos visitantes de primeira viagem. Recém instalados, postes correm quilômetros de fios elétricos pela estrada de terra que se aprofunda na Amazônia matogrossense até a Terra Indígena Mÿky. Por entre os escombros de árvores derrubadas para a empreitada, macacos e demais bichos da floresta se precipitam no caminho e novamente, assustados, retornam para a mata. O hálito da selva é úmido e fresco.

Em outros trechos, fazendas de gado crescem em queimadas diárias e transformam a floresta em pasto – paradoxo à ação dos madeireiros que retiram de forma incessante carretas com toras de árvores. A estrada torna-se abafada e quente. Durante o trajeto aos Mÿky, porteiras, gado e fumaça acompanham quem segue ao Território Indígena, não incluído na demarcação ocorrida antes da Constituição de 1988.
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PiG desrespeita Dilma. Cadê o general Elito?

A foto que o PiG não deu na primeira página

A Folha (*) e o Globo publicam na primeira página desta terça-feira uma fota da Presidenta do Brasil na beira da praia, nas férias de fim de ano, na praia de Inema, em Salvador.

A Presidenta do Brasil veste uma túnica e está de chapéu.

Para testar a temperatura da água, levanta a túnica até a cintura.

É como se estivesse de maiô. (mais…)

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No balanço de fim de ano: Violação aos direitos das Comunidades Quilombolas pela Marinha do Brasil

Encerramos o ano de 2011 com um balanço de violação dos direitos das comunidades quilombolas no Brasil.

A Marinha como inimiga histórica da população negra do Brasil – vide o exemplo da Revolta da Chibata, em 1910, e, 100 anos depois, os recentes eventos ocorridos em Alcântara, no Maranhão, em Marambaia, no Rio de Janeiro, e, agora, no Quilombo Rio dos Macacos, Bahia, onde mais uma vez o Ministério da Defesa, através da Marinha, corre o risco de responder numa corte internacional dada a situação de violações composta por um repertório que passa desde o impedimento de crianças irem à escola até a negação de socorro a pessoas centenárias. No território quilombola do Rio dos Macacos, oficiais da Marinha estão diretamente implicados em casos que levaram até mesmo a óbito.

Se tem uma expressão entre os poderes no Brasil que não conhecemos são as Forças Armadas, que se constituíram no País desde o início do século XIX com a missão de caçar negros e indígenas, impedindo qualquer forma de organização política destes dois segmentos. Ao longo do século XX, esta mesma instituição se articulou e cresceu no Brasil, sustentada por três pilares: trata-se de uma organização patrimonialista, sectária e focada na estratégia de guerra onde a maioria da população é tratada como inimiga. Só por isso foi possível atravessarmos o século XX com intervalo de democracia e realidade de ditadura, pois o último princípio de sustentação das forças armadas no Brasil conta com o elemento de ausência de qualquer mecanismo de diálogo e controle social por parte da população. (mais…)

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Um mês sem a sensibilidade e inteligência do companheiro Egídio Brunetto

Por Vanessa Ramos*

O céu estava claro, onde uma grande festa acontecia sob o calor de dezembro, no Mato Grosso do Sul. Ônibus e carros chegavam e não paravam de chegar.

Era gente do Brasil todo para prestigiar a festa que uma liderança indígena realizava para casar a sua filha, chamada Atiliana, uma indígena da tribo Terena, com o camponês e militante Sem Terra Egídio Brunetto.

O ano da união de uma indígena com um Sem Terra foi 1995. Dez anos antes, no dia 25 de maio de 1985, o MST realizou a primeira ocupação no município de Abelardo Luz, em Santa Catarina.

Como não podia ser diferente, Egídio estava lá. Por ser um jovem ativo, liderou a primeira comissão de negociação de despejo e assentamento das famílias acampadas. E assim iniciou a sua bela trajetória dentro do Movimento. (mais…)

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Marcha por estrada no Tipnis chega a Cochabamba

La Paz, 30 dez (Prensa Latina) A marcha que exige a construção de uma estrada no Território Indígena e Parque Nacional Isiboro-Sécure (Tipnis) chegará hoje à cidade de Cochabamba, onde planeja esperar o fim de ano.

“A caravana de manifestantes na cidade citada esperará a chegada de ao menos outra centena de pessoas e receberá ajuda médica e humanitária”, assegurou um de seus coordenadores.

Diego Vidal, representante dos manifestantes, agregou também que as 30 grávidas, ou afetadas pelo mal da altura, se recuperaram e se reincorporaram ao grupo desde ontem.

Os quase mil marchistas permaneceram no estádio do município de Sacava nesta quinta-feira com a intenção de recobrarem forças e aguardar por aqueles com problemas de saúde. (mais…)

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Movimento LGBT pressionará para criminalizar homofobia em 2012

Principal bandeira do ano que vem foi definida em Conferência Nacional realizada em dezembro. Secretaria Nacional de Direitos Humanos apoia. ‘É essencial para combate à violência’, diz coordenador de direitos gays. Movimento rejeita relatório Marta Suplicy e quer resgate de texto de 2001 da Câmara que iguala homofobia a racismo

Najla Passos

BRASÍLIA – O Brasil é campeão mundial em assassinatos homofóbicos. A cada um dia e meio, um homossexual é morto no país, segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia, uma das mais tradicionais entidades que lutam pelos direitos da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBTs) no país. Em 2010, foram 260 homicídios. Até outubro deste ano, mais 208.

Espancamentos, xingamentos, agressões fortuitas, calúnias, buylling escolar. São muitos os crimes que comprovam o avanço da homofobia, patologia social que leva uma pessoa a discriminar outra por causa da orientação sexual.

De acordo com o coordenador-geral dos Direitos LGBT da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Gustavo Bernardes, entre dezembro de 2010 e novembro de 2011, a homofobia foi o motivo de 1.067 ligações para o Disque 100, o serviço governamental que centraliza relatos de violações aos direitos humanos. (mais…)

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Fallece lideresa histórica de las rondas campesinas

Con profundo dolor, comunicamos que la mañana del martes 27 de Diciembre en Cajamarca, sufrimos la pérdida de nuestra hermana Segunda Castrejón, fundadora de la Federación de Rondas Campesinas Femeninas del Norte del Perú (FEROCAFENOP), víctima de un padecimiento físico que la aquejaba desde hace más de un año.

“La hermana Segunda siempre tuvo una actitud democrática, con visión colectiva y  con un  liderazgo positivo y constructivo. Contamos con su presencia en nuestro 25 Aniversario para reconocer su entrega y acompañarla en la enfermedad física que se le manifestó. En noviembre último acogió con alegría en Cajamarca a lideresas del Enlace Continental de Mujeres Indígenas de las Américas (ECMIA) quienes también la reconocieron en su liderazgo. Era una de nuestras sabias mayores y su guía nos ha enseñado mucho”, recuerda Tarcila Rivera Zea, presidente de Chirapaq.

En Chirapaq también conmemoramos los años más vigorosos de su liderazgo en el testimonio de nuestro vicepresidente, Leo Casas Ballón. “En 1979 tuve la suerte de compartir con ella y todos los dirigentes el informe y plataforma de lucha que se discutió en el Congreso de le Federación Departamental de Campesinos de Cajamarca (FEDEC), junto con dirigentes históricos inolvidables. Segunda Castrejón fue todo un símbolo de lucha, constancia, integridad y compromiso inquebrantable, a quien tuve el privilegio de conocer y admirar.” (mais…)

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Quem pode julgar o juiz?

Nelson Motta – O Estado de S.Paulo

Quando se fala desse assunto deve-se pesar muito bem cada palavra. Basta algum juiz de qualquer lugar achar que há algo de errado, ofensivo ou calunioso nelas, e você pode ser processado. E pior, o processo vai ser julgado por um colega do ofendido. Com raras exceções, jornalistas processados por supostas ofensas a juízes são sempre condenados por seus pares.

Sim, a maioria absoluta dos juízes é de homens e mulheres de bem, mas eu deveria consultar meu advogado antes de dizer isto: o corporativismo do Judiciário no Brasil desequilibra um dos pilares que sustentam o Estado democrático de direito. Basta ver os salários, privilégios e imunidades. A brava ministra faxineira-chefe Eliana Calmon está sob fogo cerrado da corporação por defender os poderes constitucionais do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e chamar alguns juízes de “bandidos de toga”. Embora não exista melhor definição para Lalau e outros togados que aviltam a classe.

Como um sindicato de juízes, a Ajufe está indignada porque a ministra Eliana é contra os dois meses de férias que a categoria tem por ano, quando o resto dos brasileiros tem só um (menos os parlamentares, que tem quatro). Se os juízes ficam muito estressados e precisam de dois meses “para descansar a mente, ler e estudar”, de quantos meses deveriam ser as férias dos médicos? E das enfermeiras? E aí quem cuidaria das doenças dos juízes? (mais…)

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