Queria escrever um balanço de 2011 dedicado aos leitores e leitoras deste blog. Às pessoas que o visitam eventualmente; àquelas que dialogam com ele, fazendo comentários públicos ou particulares; às que assinam seus boletins; às que os recebem compulsoriamente, por fazerem parte de listas para as quais eles são enviados; às que também colaboram enviando denúncias, artigos, textos e informações. Acima de tudo, entretanto, queria escrever algo para aquelas que, quando se torna necessário apoiar ou protestar, não se fazem de rogadas, sejam ou não parte do GT Combate ao Racismo Ambiental. E muitas, inclusive, assumem como suas as tarefas de repassar o pedido e de colher ainda outras assinaturas, dos seus universos particulares.
2011 foi um ano duro, em minha opinião. Um ano de muita luta e de algumas vitórias, mas muito abaixo do que esperávamos e necessitávamos.
Belo Monte continua a ser construída, enquanto outros rios da Amazônia são agraciados com promessas do mesmo destino reservado ao Xingu. O São Francisco luta para não apodrecer, entre obras inconclusas e uma prometida recuperação que nunca se faz presente. O eucalipto, a soja e a cana cada vez mais uniformizam a “paisagem”, num verde indesejável que tenta encobrir do agrotóxico ao trabalho escravo, sem sequer esconder as expulsões e o desmatamento do passado. (mais…)