Camponeses, indígenas e afrodescendentes convocam a “Encontro pela Paz na Colômbia”

“O Diálogo é a Rota”. É com esse lema que organizações camponesas, indígenas e afrodescendentes da Colômbia convocam autoridades, integrantes do exército, guerrilheiros e membros da Igreja para o “Encontro Nacional de Comunidades Camponesas, Afrodescendentes e Indígenas pela Terra e pela Paz na Colômbia”. O lançamento do evento ocorrerá na próxima sexta-feira (24), às 10h, na Corporação Jurídica Liberdade, Medellín, Antioquia. Já o Encontro acontecerá de 12 a 15 de agosto em Barrancabermeja, Santander.

Durante quatro dias, os participantes terão a oportunidade de apresentar e discutir propostas de paz para o país a partir das vivências de cada comunidade. Além disso, poderão trocar experiências com outros setores da sociedade, como governos, sindicatos e outros grupos que lutam pela paz.

Na convocatória, as comunidades rurais colombianas revelam que seguem em resistência contra o conflito armado no país. Estigmatização, perseguição e assassinato são apenas algumas das situações enfrentadas pelos integrantes das comunidades.

“E essa é uma situação indesejada para nós que suportamos as agonias da guerra e temos sustentado a bandeira esperançosa da paz e que, a partir de uma experiência local, como é a da Associação Camponesa do Valle del Río Cimitarra, temos vivido na própria carne o cotidiano da guerra e, ainda nessa circunstância, pudemos demonstrar não só nossa capacidade de sobrevivência, mas realizar boa parte de nossos esforços para contribuir para a criação de cenários próprios da regulação civilizada dos conflitos através do diálogo”, comentam.

Por conta disso, as comunidades afetadas com o conflito armado decidiram reunir os atores envolvidos para estabelecer um diálogo e buscar uma solução. O evento começará na tarde do dia 12 de agosto, com um “Encontro de artistas pela terra e pela paz na Colômbia”.

No dia seguinte, os interessados terão a oportunidade de debater “Iniciativas e experiências de construção de paz das organizações camponesas, afrodescendentes e indígenas” e de participar de um painel com personalidades comprometidas com a paz na Colômbia e no mundo, além de conhecer experiências de paz em outros países.

A manhã do dia 14 será dedicada à realização de mesas temáticas para a paz, como: “terra, território e paz”, “democracia e garantias políticas para a paz”, “Estado e recursos para a paz”, “nova economia para a justiça social e a paz”, e “relações internacionais e globais para a paz”. Após a atividade, os participantes se reunirão em plenária para discutir os principais pontos debatidos.

A programação seguirá com uma marcha pela paz e com discussões de propostas de sindicatos, governos, e integrantes da insurgência. O encontro terminará com uma declaração política elaborada pelas personalidades e representantes das comunidades camponesas, afrodescendentes e indígenas.

“A nosso entender, o conflito pode ter saída atacando suas causas objetivas, mediante a realização de reformas políticas, econômicas e sociais que permitam melhorar as condições de vida e de trabalho da população colombiana. Mas também a partir da vontade e da decisão política expressa das forças em disputa. Assim ensinam as múltiplas experiências internacionais que merecem ser valorizadas com o maior juízo”, consideram.

 

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=57676

 

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