Tania Pacheco
A história não poderia ter uma evolução mais absurda! Faz tempo que a situação de Caetité, Bahia, vem sendo alvo de campanhas e protestos. O Movimento Paulo Jackson e a Comissão Pastoral da Terra são parceiros presentes na luta dos habitantes da cidade, multiplicando ainda sua indignação e denúncias por todos os meios: cartas, e-mails, notícias para listas, redes, blogs e saites. Nos últimos meses, entretanto, a questão de alguma forma se acirrou.
Os Relatores de Direitos Humanos ao Meio Ambiente da Plataforma DHESC, Marijane Lisboa e Guilherme Zagallo, estiveram lá em abril passado, divulgando pouco depois documento no qual faziam sérias denúncias e cobranças. Em meados de maio, cerca de dois mil moradores da cidade fizeram vigília, impedindo a entrada de mais de 12 caminhões com lixo radioativo, que a Comissão Nacional de Energia Nuclear pretendia “depositar” nas instalações das Indústrias Nucleares Brasileiras (INB), na cidade.
Dias depois, 19 de maio, Marijane e Zagallo dirigiam carta ao responsável pelo Programa Nacional de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Fernando Matos, pedindo a ” urgente inclusão do Padre Osvaldino Alves Barbosa, Pároco do município de Caetité (BA) e presidente da Comissão Paroquial de Meio Ambiente de Caetité (BA) no Programa Nacional de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos”. Desnecessário dizer que Padre Osvaldino estava sendo ameaçado de morte por sua participação na luta contra a INB, CNEN e a contaminação. (mais…)