MA – Sede da CPT é arrombada durante o final de semana

POR GABRIELA SARAIVA

Durante o último final de semana, a sede da Comissão Pastoral da Terra (CPT), localizada na Rua do Sol, próximo ao Sindicato dos Bancários, foi arrombada. O local foi revirado pelos criminosos, entretanto, nada foi levado.

De acordo com o coordenador da CPT, padre Inaldo Serejo, ele chegou ao local, por volta das 9h30 de ontem, na companhia do padre Clemir Batista e os dois constataram que o estabelecimento havia sido invadido. Na ocasião, os bandidos arrombaram a porta dos fundos do imóvel onde funciona a CPT e reviraram tudo, deixando documentos espalhados pelas salas.

Segundo o padre Clemir Batista, na sede havia vários objetos de valor e de fácil acesso, mas que não foram levados. Entre eles, estavam dois data- show, um notebook, um computador e uma impressora, além de talões de cheques. Ao ser constatado o arrombamento, os coordenadores da CPT acionaram uma viatura da Polícia Militar, que passava próximo ao local, para verificar a situação.

Padre Inaldo informou que procurou a Secretaria Estadual de Segurança (SSP-MA) para comunicar o ocorrido. Ele também afirmou que iria registrar ocorrência no 1° Distrito Policial, no centro de São Luís.

Suspeitas – A CPT coordena o movimento quilombola que, em protesto, permaneceu acampado desde o dia 8 de junho até a última sexta-feira (10), na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Maranhão, reivindicando garantias de segurança para as comunidades e celeridade na titulação de suas terras. Para os dois padres, o caso pode estar relacionado ao protesto do movimento quilombola. “É muito estranho que o arrombamento tenha acontecido logo depois de suspendermos o acampamento, na sede do Incra, e depois de vários manifestantes terem sido ameaçados de morte”, declarou padre Clemir.

Ainda durante o mesmo final de semana, um estabelecimento comercial, localizado ao lado da sede da CPT, também foi arrombado. Entretanto, do local foi furtado um notebook. “Não conseguimos imaginar como alguém tem um trabalho enorme para arrombar uma porta, com a intenção de roubar, e não leva nada. O mais intrigante é que, na loja do lado, ocorreu o mesmo e de lá foi furtado um objeto”, enfatizou Clemir.

Conforme as declarações dos padres, os trabalhadores que estavam no acampamento precisaram ser escoltados para conseguir sair do local em segurança, uma vez que muitos chegaram a ser fotografados por uma pessoa dentro de um carro, e a receber ameaças formais de morte. A greve dos quilombolas foi suspensa até o dia 22 de junho, data em que ficou agendada uma reunião, em São Luís, com a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário.

Enviada  por Ruben Siqueira.

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