O filósofo húngaro István Mészáros, considerado um dos principais teóricos marxistas vivos, estará em Fortaleza nesta quinta-feira, dia 16, e no Rio de Janeiro, na próxima segunda-feira, para a apresentação da conferência “Crise estrutural necessita de mudança estrutural”. Os encontros, que já aconteceram em outras cidades brasileiras (São Paulo e Salvador), marcam o lançamento de três novos títulos da Boitempo Editorial: o segundo volume de Estrutura social e formas de consciência, de Mészáros, o livro-homenagem István Mészáros e os desafios do tempo histórico (orgs. Ivana Jinkings e Rodrigo Nobile); e o número 16 da revista Margem Esquerda, publicação semestral de ensaios marxistas, que nesta edição traz um artigo sobre a obra de Mészáros, entrevista com David Harvey e artigo de Alain Badiou, entre outros. Todos os eventos são gratuitos.
Próximos eventos
16/06 | 19h – Fortaleza (CE)
Mercado dos Pinhões
Praça Visconde de Pelotas – CEP 60110-210 – Tel. (85) 3105-1569
Realização: Prefeitura de Fortaleza, Universidade Federal do Ceará, Escola Nacional Florestan Fernandes, Boitempo Editorial
20/06 | 18h – Rio de Janeiro (RJ)
Auditório 11 – UERJ (Campus Maracanã)
Rua São Francisco Xavier, 524 – CEP 20550-013, Maracanã – Tel. (21) 2334-0890
Realização: PPFH/UERJ, Flacso, LEMA-UFRJ, ADUFRJ, Boitempo Editorial
Mészáros falou para 2000 pessoas em São Paulo e Salvador
Na última quarta-feira, 8, o filósofo húngaro István Mészáros esteve diante de um público de mais de 900 pessoas no Teatro TUCA, em São Paulo, e repetiu a façanha nessa segunda-feira, 13, em conferência na UFBA, em Salvador. No sábado, 11, esteve ainda em Campinas para participar de um seminário a convite do MST, da Escola Nacional Florestan Fernandes e da Associação dos Amigos da ENFF. Confira o balanço de sua passagem até o momento:
Mészáros: humanidade está diante de grandes desafios. Por Osvaldo Bertolino.
Fundação Maurício Grabois – 09 de junho de 2011.
A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) recebeu, no Tuca, na noite do dia 8 de junho de 2011, o filósofo húngaro István Mészáros, um dos mais importantes intelectuais marxistas da atualidade, para a conferência intitulada a “Crise estrutural do capital e atualidade do socialismo”.
Na ocasião, foram lançados mais duas obras do filósofo pela Boitempo Editorial: István Mészáros e os desafios do tempo histórico e o segundo volume de Estrutura social e formas de consciência. A coletânea de ensaios de 22 renomados intelectuais do Brasil e do exterior sobre os escritos fundamentais do filósofo húngaro traz as reflexões que resultaram da última visita de Mészáros ao país, em 2009, quando foi tema do “III Seminário Internacional Margem Esquerda”.
Após uma breve apresentação da história do filósofo pelo professor Valério Arcary e pela professora Lúcia Barroco, Mészáros disse que fazia um alerta sobre a urgência de se repensar a organização social para evitar catástrofes iminentes. Para ele, a crise do capital é estrutural. Segundo Mészáros, o atual sistema de consumo, o mercado e a política estão estruturalmente ligados à crise que grassa pelo mundo atualmente. Ele alertou que em termos comparativos a crise de 1929 vai parecer, diante da atual, um “chá da tarde”. Mészáros criticou a omissão dos governos, que “culpam uns aos outros” pelo desastre da economia mundial.
Para ele, a resposta para situações como essa é a superação do capitalismo, sem simplesmente dispensá-lo, como fez a União Soviética, mas considerar que a o problema é o próprio capital. O pilar das sociedades atuais, disse, é formado pelo capital, pelo trabalho e pelo Estado — ressaltando que o capital não é nada sem o trabalho. Mészáros também comentou o papel das guerras na dinâmica da economia mundial. Para ele, hoje em dia não é possível imaginar o sistema capitalista sem o complexo industrial militar. Esse dado, explicou, coloca a humanidade diante de grandes desafios.
Para ele, a dominação sempre esteve presente no capitalismo. Mas chega um momento em que os dominados reagem. Os problemas que precisam ser enfrentados no futuro próximo, disse, são “incendiários” porque as crises são intrínsecas ao capitalismo. Como saída, Mészáros sugeriu que o pensamento científico corre contra o tempo e precisa intervir de forma efetiva para viabilizar as transformações sociais.
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