O racismo escancarado

Silio Boccanera

Em qualquer país europeu, o deputado Jair Bolsonaro já estaria sem emprego, como resultado das declarações abertamente racistas e homofóbicas que fez sobre a cantora Preta Gil. Seria também o fim de sua carreira política em qualquer nível nos Estados Unidos, mesmo nos estados sulistas com forte herança racista.

Diante da repercussão negativa de suas declarações, o deputado tenta alegar que foi mal interpretado, mas suas palavras gravadas para um programa de televisão não deixam muitas dúvidas sobre seu preconceito contra negros e gays.

“O episódio mostra que temos muito o que avançar no combate ao racismo,” disse o responsável pela Secretaria de Igualdade Racial, Mário Theodoro. De fato, temos. E o primeiro avanço nesta direção seria reconhecer que existe racismo no Brasil, ao contrário do que uma imensa quantidade de pessoas no país insiste em manter, preferindo alegar que a discriminação no Brasil é social, de classe e não de raça. (mais…)

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Baiano vítima de racismo no RS entra no Programa de Proteção

Baiano é vítima de racismo no Rio Grande do Sul (Foto: Reprodução TVBA)
Helder Santos cursava História na cidade de Jaguarão, RS (Foto: Reprodução TVBA)

Helder voltou para a BA após ser ameaçado de morte por policiais gaúchos. Os cinco policiais estão afastados do trabalho desde o início da sindicância.

O universitário de Feira de Santana, que foi vítima de racismo no interior do Rio Grande do Sul, vai ser beneficiado temporariamente pelo Programa de Proteção a Testemunhas da Secretaria da Justiça da Bahia, até que seja anunciada uma decisão definitiva.

Helder Santos, que cursava História na cidade de Jaguarão, voltou para a Bahia depois de ter recebido ameaças de morte. O estudante baiano denunciou à corregedoria da Brigada Militar gaúcha que foi vítima de agressão física e verbal de policiais militares da cidade por ser negro.

Nesta sexta-feira (1º), Helder contou o sofrimento que passou ao secretário da Justiça Almiro Sena. O secretário prometeu cobrar do secretário da Justiça do Rio Grande do Sul providências para que os policiais acusados de racismo sejam punidos. (mais…)

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‘Foto prova que não sou racista’, diz Bolsonaro

POR FERNANDA ALVES

Rio – O deputado federal Jair Bolsonaro (PP- RJ) gravou novo depoimento para o programa ‘CQC’, da TV Bandeirantes, que vai ao ar segunda-feira. Ele vai mostrar a foto de oficial da aeronáutica negro, que segundo ele é seu cunhado, para “provar” que não é racista.

Segundo a coordenadora da ONG Criola, que reúne mulheres negras, a ligação familiar não mostra que ele é isento de preconceito. “Ele podia ter um filho ou neto negro. Isso não quer dizer que o respeite”, argumentou Lúcia Xavier.

Bolsonaro reclama que ele também está sendo vítima de perseguição: “Se os comentários fossem de outra pessoa não falariam tanto”. Ele aproveitou ontem para alfinetar o deputado federal Chico Alencar (PSOL) por destinar R$ 11 milhões pela Comissão de Direitos Humanos para grupos de apoio aos homossexuais. “O dinheiro deveria ser aproveitado para coisas relevantes, como ajudar o Colégio Pedro II, onde estudou”, sugeriu.

Alencar rebateu as afirmações: “A verba para o Pedro II deve sair da Comissão de Educação. E como a homofobia e o racismo estão crescendo, prova disso é o próprio Bolsonaro, acredito que R$ 11 milhões seja pouco. Ele é omisso na comissão”, revelou Alencar.  (mais…)

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Mundo: DECLARAÇÃO sobre o desastre nuclear japonês

Hamburgo, 28 março 2011

Apresentamos nossos mais profundos sentimentos ao povo do Japão, que tem sofrido com o devastador terremoto e tsunami seguido por graves danos à Usina Nuclear Fukushima Daiichi. Parabenizamos os corajosos homens e mulheres que estão arriscando suas vidas para impedir a fuga de quantidades maciças de radiação dos reatores nucleares e dos depósitos de combustível usado em Fukushima Daiichi.

O desastre no Japão demonstrou mais uma vez os limites da capacidade humana de manter tecnologias perigosas, livres de acidentes com resultados catastróficos. Os desastres naturais combinados com os erros humanos têm demonstrado uma força potente para minar até mesmo os melhores planos. Confiança na perfeição humana reflete uma arrogância que tem levado a outras grandes falhas de tecnologias perigosas no passado, e que também o fará no futuro. O que tem ocorrido como resultado da confluência de desastres naturais e erros humanos no Japão, também pode ser provocado intencionalmente com objetivos terroristas ou em atos de guerra.

Além da destruição, acidental ou proposital, as usinas nucleares representam outras ameaças para a humanidade e para o futuro humano. As grandes quantidades de resíduos radioativos que são criados pela geração de energia nuclear continuarão altamente tóxicos por muito mais tempo do que a civilização humana existe. E não há, atualmente, nenhuma solução de longo prazo para lidar com as ameaças que estes resíduos radioativos representam para o meio-ambiente e a saúde humana. Além disso, as usinas nucleares, que recebem grandes subsídios pagos pela sociedade, têm desviado recursos financeiros e humanos do desenvolvimento de formas seguras e confiáveis ??de energia renovável. (mais…)

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CNEN afirma que INB é ineficiente e incapaz de garantir a segurança da mina de Caetité

Na nota à imprensa publicada hoje no Blog de Luis Nassif a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), divulga várias questões sobre a mina de urânio de Caetité. A nota revela o confronto aberto entre a CNEN e a Indústrias Nucleares Brasileiras (INB), que gere a mina de modo ineficente e pouco transparente.

A CNEN diz na nota à imprensa que a “INB não tem capacidade de produzir os relatórios anuais de monitoração ambiental (não consegue realizar medidas radiométricas). O último é referente ao ano de 2008. Esses relatórios são vitais para a avaliação de impacto ambiental da instalação”.

Apesar de pouco capaz para produzir a monitoração ambiental, a INB decide sòzinha tentar fazer a recuperação de áreas degradadas, o que também não consegue fazer com eficiência, como depreende do ítem da nota da CNEN que diz o seguinte: (mais…)

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Justiça condena a Vale a indenizar 788 famílias quilombolas

JOÃO CARLOS MAGALHÃES, DE BRASÍLIA
FELIPE LUCHETE, DE BELÉM

A Justiça Federal em Belém (PA) condenou ontem a mineradora Vale a pagar indenizações mensais para 788 famílias de descendentes de quilombolas atingidas por um mineroduto da empresa no Pará.

Segundo a decisão da juíza Sandra Lopes Santos de Carvalho, 251 dessas famílias, mais impactadas pelo mineroduto, deverão receber mensalmente três salários mínimos (R$ 1.635). Outras 537, menos prejudicadas, ganharão um salário mínimo (R$ 545) por mês. Caso descumpra a decisão, a multa é de R$ 500 mil por dia.

Elas moram na localidade de Jambuaçu, dentro do município de Moju (105 km de Belém). Esses pagamentos já tinham sido colocados como uma das condicionantes para a instalação do mineroduto. (mais…)

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