Índio Diawa Kalapalo relata caso de racismo em hotel de SP

Claudio Leal

O índio Diawa Kalapalo, residente no Parque Indígena do Xingu, afirma que foi discriminado ao tentar se hospedar no Vila Madalena Hostel, em São Paulo, na noite desta segunda-feira, 18. O dono do albergue, Tulio Tallini, teria dito que ele não tinha “o perfil” do hotel. “Diawa ia chegar do Xingu entre sexta e sábado. Mas ele só chegou mesmo no domingo. Então, nós fizemos uma nova reserva. Desta vez, falaram: ‘Não, tá vazio, é só vir direto'”, diz o fotógrafo e documentarista Renato Soares, um dos responsáveis pela reserva do quarto.

Diawa está em São Paulo para articular as homenagens ao sertanista Orlando Villas Boas (1914-2002), no momento em que são celebrados os 50 anos do Parque do Xingu. O índio relata a Terra Magazine que, na recepção, recebeu um mapa de São Paulo e foi orientado a procurar uma outra hospedagem.

– Falaram que tem reservado hotel. Chegamos na porta, entrei no lugar que recebem o pessoal que vem pro hotel, fiquei dois minutos. Disseram “não tem vaga”. Se você falou que já tem… Aí enrolou. Não deu certo. Me deu mapa de outro lugar, eu caminhando consegui. Entrei. Aí a dona do hotel me recebeu, me arrumou direitinho, entrei no quarto, ficou tudo armado com o colchão. Pedi sabonete e toalha pra trocar a roupa. Assim que eu quero. Eu sou respeitado – conta Diawa, que foi acolhido no “Ô de Casa Hostel”, na véspera do Dia do Índio. (mais…)

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Nota Pública da Rede FAOR – Fórum da Amazônia Oriental – Contra as alterações do código florestal

Vige em nosso sistema legal a Lei  n° 4.771 de 15 de Setembro de 1965, mais conhecida como código florestal. Mesmo com esse avançado arcabouço jurídico de proteção ambiental nosso Estado, bem como a Amazônia, tem apresentado autos índices de desmatamento.

Segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) no ano passado, só no Pará, em dois meses foi devastado 220 km² de vegetação, o equivalente a 32 mil campos de futebol.  A maior responsabilidade  desse indicador não é novidade!

A degradação ambiental e seus impactos sociais advém do nosso histórico modelo de desenvolvimento às avessas que incentiva  a expansão de áreas de pastagem para pecuária e plantações para o monocultivo, favorecendo portando o crescimento do agronegócio. (mais…)

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Heróis da sobrevivência ocultos na floresta, por Telma Monteiro

Para quem, como eu, vive escrevendo sobre as violações dos direitos indígenas, hoje não é um dia especial. É mais um em que tenho que lembrar à sociedade que esses direitos continuam sendo violados desde a descoberta do Brasil pelos portugueses. Seja pelo desrespeito à cultura e tradição dos povos, seja pela falta de consulta para interferir em suas terras, ou ainda pela ignorância daqueles que desconhecem como os indígenas sobrevivem, como pensam o planeta e como encaram o mundo dos não índios.

Telma Monteiro

Não resta dúvida que o projeto da hidrelétrica Belo Monte conseguiu colocar na pauta das redes sociais a questão indígena. Nas últimas semanas a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA, mais explicitamente, se encarregou disso. A mensagem direta é inequívoca: o governo brasileiro está violando os direitos humanos.

O objetivo deste texto hoje é fazer um alerta. Nas matas equatoriais estão escondidas pequenas comunidades indígenas que rechaçam qualquer contato com a sociedade moderna. Eles são voluntariamente isolados como estratégia para sua sobrevivência. Apesar da expansão das economias modernas, da cultura globalizada, esses povos resistem contrariando muitos interesses poderosos. Eles são o símbolo dessa resistência. (mais…)

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Juventude indígena em situação de risco

Ricardo Verdum*

A violência relacionada com os povos indígenas no Brasil é um tema recorrente nos estudos e avaliações sobre a situação dos direitos humanos no país. A academia também tem abordado o assunto a partir de diferentes perspectivas, especialmente, as ciências sociais e a saúde pública.

São formas de violência contra os povos indígenas, entre outras, a violência física, a violência psicológica, a violência sexual, a espoliação patrimonial, a dominação política e a violência institucional.

De todas as situações de violência multifacetada vivida pelos indígenas no país, a mais dramática é sem sombra de dúvidas a dos Guarani no estado do Mato Grosso do Sul. (mais…)

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Uma mesa para nove bilhões

A urgência de “fazer algo” se intensifica, especialmente no mundo em desenvolvimento, onde entre 30% e 80% da renda é gasta com comida, o que evidencia a extrema vulnerabilidade aos preços altos. Ali vive a maior parte dos dois bilhões de subnutridos e um bilhão dos famintos de hoje. E também ali a insegurança alimentar é moeda corrente. Os analistas preveem que, até 2050, nessas áreas terão nascido entre dois bilhões e três bilhões de pessoas.

Aprille Muscara – IPS

Enquanto a carestia dos alimentos é prioridade na agenda das reuniões anuais de primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, alguns analistas já se perguntam como faremos em 2050 para dar de comer a uma população mundial de 8,9 bilhões. A maioria dessas pessoas vivendo em países em desenvolvimento.

“As pessoas pobres são as que mais sofrem e as que mais podem cair na pobreza devido à alta e à volatilidade dos preços dos alimentos”, disse, no dia 14, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. Somente desde junho, 44 milhões de pessoas já foram empurradas para a pobreza devido à carestia dos alimentos, acrescentou. “Devemos dar prioridade aos alimentos e proteger os pobres e vulneráveis, que gastam a maior parte de seu dinheiro em alimentos”, enfatizou Zoellick. (mais…)

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Belo Monte e o último ritual indígena

O momento é crítico para os povos indígenas do Xingu. Se a obra acontecer, este dia do índio marcará o último ritual para os povos da Volta Grande. Eles celebram hoje, em São Félix do Xingu, com seus parentes de outras etnias, a festa da vida

Por Xingu Vivo – Felício Pontes Junior*

O Brasil corre o sério risco de se tornar réu na Corte Interamericana de Direitos Humanos, da qual foi um dos mentores. Tudo por causa do desrespeito aos direitos dos povos indígenas do Xingu que serão impactados de forma drástica se a Usina de Belo Monte for construída.

Nos últimos anos o governo tem tido um comportamento dúbio. Em um momento alega que os povos indígenas foram ouvidos. Em outro, alega que a usina não afetará povos indígenas. Ambos os argumentos são falsos. Explico. (mais…)

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Dia do Índio é marcado por manifestações sul da Bahia

Indígenas protestam contra as péssimas condições em que vivem e os problemas e dificuldades em acessar serviços básicos de saúde e educação específica e diferenciada

Estudantes e professores indígenas do povo Tupinambá de Olivença, sul da Bahia, aproveitam as comemorações do Dia do Índio para fazerem protesto sobre as péssimas condições em que se encontram as estradas em suas aldeias, bem como as diversas dificuldades que enfrentam na questão da Educação Escolar Indígena.

A manifestação ocorre no quilômetro 18 da rodovia Ilhéus/Olivença, na entrada de Olivença quase em frente ao Batuba. “Esta situação tem se tornado insuportável para as nossas crianças. Os ônibus nunca conseguem transitar nas estradas e isso vem prejudicando muito o nosso calendário escolar. A educação, que já é precária, se torna ainda pior sem a possibilidade das nossa s crianças chegarem nas escolas”, reclama o cacique e professor Valdenilson, uma das liderança da manifestação. (mais…)

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Abril Indígena: Movimento Indígena demonstra unidade e divulga documento com principais demandas junto ao Governo Federal

Reunido em Brasília desde o dia 17 de abril, o Fórum Nacional de Lideranças Indígenas (FNLI), instância máxima de deliberação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), divulgou carta pública onde lista as principais demandas do Movimento Indígena junto ao Governo Federal. O documento será encaminhado às principais instâncias do Poder Público e servirá como diretriz para as lideranças nas reuniões com as autoridades federais.

A carta pública da APIB, elaborada em conjunto com a bancada indígena na Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), com o Fórum de Presidentes dos Conselhos Distritais de Saúde Indígena (Condisi) e com os representantes no Conselho Nacional de Saúde, é exemplo claro da união e sincronia das lideranças, que atuam em diversas áreas, na busca pelo bem comum.

O texto, que pode ser lido na íntegra logo abaixo, foi entregue ao Ministro da Justiça em reunião realizada na manhã de hoje (19), na sede do ministério. Na pauta do encontro a demarcação, regularização e desintrusão das Terras Indígenas; a crescente perseguição e criminalização de lideranças e a votação no Congresso Nacional do Estatuto dos Povos Indígenas e do Conselho Nacional de Política Indigenista. (mais…)

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Organizações indígenas redefinem os desafios

Representantes dos povos indígenas usam cada vez mais a consulta por meio do voto para decidir as ações

Da luta pela demarcação das terras à participação em organismos governamentais, indígenas elegem novas frentes de batalha para conquistar renda e dignidade

Manaus, 19 de Abril de 2011, Aristide Furtado

Depois de três décadas de luta, a questão indígena no Amazonas chega em 2011 com lideranças  em cargos públicos, o movimento de representação fragmentado e o desafio de superar problemas em  áreas básicas como saúde e educação,  e avançar na implementação de políticas de geração de renda para assegurar a permanência, com dignidade,  de uma população de  mais de 120 mil habitantes nas 178 terras indígenas do Estado.

Nesse período, a mobilização em defesa dos direitos das populações indígenas levou à criação de órgão de pressão social  como a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), que agrega  750 aldeias, de 22 grupos étnicos diferentes, e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), a maior do gênero no Brasil. Levou também à criação da Fundação Estadual dos Povos Indígenas (Fepi), transformada em 2009 em Secretária Estadual (Seind). (mais…)

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Exposição “Gente de Quilombo” mostra força das comunidades quilombolas baianas

O olhar dos fotógrafos Álvaro Villela, Márcio Lima e Rita Cliff sobre a vida em comunidades quilombolas distantes dos centros urbanos está na exposição Gente de Quilombo, que será aberta novamente ao público no dia 25 de abril (segunda-feira), às 18h, na Casa da Música (Itapuã). Esta é a segunda temporada de exposição, que teve início no Palácio Rio Branco integrando o Encontro com as Culturas Populares e Identitárias, que aconteceu de 23 a 29 de outubro de 2010, evento realizado pela Secretaria de Cultura do Estado -SecultBA com patrocínio do Ministério da Cultura – MINC.

A exposição reúne imagens das comunidades de Barra e Bananal (Rio de Contas), Mangal Barro Vermelho (Sítio do Mato) e Rio das Rãs (Bom Jesus da Lapa), que foram os primeiros quilombos baianos a garantir a titulação da terra. As fotografias revelam rostos, lugares, horizontes e gestos transformados em poesia visual, sem perder a força documental, sem deixar de traduzir a história de luta do povo quilombola. (mais…)

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