Amazonas tem o segundo maior índice de vitimização negra do Norte

O estudo do Instituto Sangari apontou também os elevados níveis de vitimização negra em todo País. Foto: Jair Araújo

Manaus – O ‘Mapa da Violência 2011: Jovens do Brasil’, relatório produzido pelo Instituto Sangari, apontou que o Amazonas tem o segundo maior índice de mortes entre jovens negros do Norte do Brasil e o nono do País. O estudo faz um ‘raio x’ da violência contra pessoas com idade entre 15 a 29 anos, nos 27 Estados, no período de 1998 e 2008.

Em uma década, o Amazonas registrou um índice de vitimização negra de 290,2 para cada 100 mil habitantes, segundo o levantamento. O índice relaciona a taxa de homicídios de negros e brancos para um determinado número de habitantes. De 1998 e 2008, a taxa de morte entre brancos por  100 mil habitantes foi de 4,3 e de negros foi de 29,5.

O índice de vitimização negra do Amazonas na Região Norte só foi menor que o registrado no Pará, que apresentou  índice de assassinatos a negros de 290 a cada 100 mil habitantes, ocupando o 8º lugar  no ranking de registros no País. No estado paraense a taxa de assassinatos a negros é de 44,9% para 13,4% de brancos no período de 1998 a 2008.

Depois do Amazonas e Pará, o estados que ficou entre os primeiros com maior taxa de vitimização negra do País foi o Rio Grande do Norte com um índice de assassinatos a negros de 313,4 a cada 100 mil habitantes, ocupando o sétimo lugar, antecedido dos seguintes Estados: Ceará (com um índice de 344,5 e sexto lugar); Distrito Federal (com um índice de 425,1 e quinto lugar); Pernambuco (com um índice de 428,8 e quarto lugar); Bahia (com um índice de 439,8 e terceiro lugar); Alagoas (com um índice de 974,8 e segundo lugar) e em primeiro no ranking ficou a Paraíba com um índice de vitimização negra de 1083,1.

Aumento

O levantamento do Instituto Sangari mostrou, ainda, que o Amazonas teve décimo maior aumento no índice de vitimização negra do Brasil entre 2002 e 2008, com um aumento de 7,6% nos registros de assassinatos a negros. Em 2002, a taxa de mortes de negros foi de 27,4 e 29,5 em 2008 para cada 100 mil habitantes.

Já o índice de vitimização branca reduziu quase pela metade no Estado, entre 2002 e 2008. Em 2002, a taxa de homicídios de brancos foi de 8,3 e 4,3 em 2008, para cada 100 mil habitantes, resultando numa diminuição de 48,19%.

Preocupante

O estudo do Instituto Sangari apontou também que os elevados níveis de vitimização negra em todo País. O indicador, de acordo a entidade, trabalhado a partir do ano 2002, evidencia um forte e “preocupante crescimento” dos registros desde 2002.

A partir deste ano, morriam proporcionalmente 46% mais negros que brancos no Brasil. Esse percentual eleva-se para 67% em 2005 e mais ainda, para 103% em 2008. Dessa, cita o instituto, que morrem proporcionalmente mais do dobro de negros do que brancos.

O estudo revelou também que  68,8% das mortes de toda a população jovem do Amazonas estão ligadas à violência. De acordo com o relatório, 2.784 jovens, entre 15 e 24 anos, morreram no Amazonas entre  1998 e 2008.

O maior número de mortes foi registrado em 2008, com 319 óbitos nessa faixa etária, quase um ao dia, finalizando a década com aumento de 24,6% dos casos.

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