Alexandre Anderson fará palestra segunda-feira (7), na Suíça, no seminário “As iniciativas de Governo na Proteção dos Defensores de Direitos Humanos – Desafios e Lições Aprendidas”

A coordenadora-geral do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Clarissa Rihl Jokowski, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR),  participa na próxima segunda-feira (7), em Genebra, na Suíça, do seminário  “As iniciativas de Governo na  Proteção dos Defensores de Direitos Humanos – Desafios e Lições Aprendidas”. O Brasil é o único país do mundo que tem um programa mantido pelo Estado.

O encontro tem por objetivo apresentar a experiência governamental brasileira para integrantes das comitivas internacionais que estão em na cidade para os trabalhos da 16ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos (CDH), da Organização das Nações Unidas (ONU).

O defensor de Direitos humanos Alexandre Anderson, incluído no programa brasileiro, participa do seminário como palestrante. Ele contará a sua experiência em viver protegido pelo programa brasileiro. (mais…)

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Monteiro Lobato sem fantasia

Criador do Sítio do Picapau Amarelo é acusado novamente de racismo, após aparecer em desenho de Ziraldo ao lado de mulata


Ronaldo Pelli

“Os negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do português de maneira mais terrível – amulatando-o e liquefazendo-o, dando aquela coisa residual que vem dos subúrbios pela manhã e reflui para os subúrbios à tarde. (…) Como consertar essa gente? Como sermos gente, no concerto dos povos? Que problemas terríveis o pobre negro da África nos criou aqui, na sua inconsciente vingança!” (publicado em “A barca de Gleyre”. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1944. p.133)

Assim Monteiro Lobato se dirigiu em carta ao amigo Godofredo Rangel, em 1908, após ter avistado na antiga Rua Larga, atual Marechal Floriano no Centro do Rio, diversos trabalhadores a caminho do trem para voltar às suas casas. É esse Lobato racista, eugenista e bastante polêmico – até para a própria época – que a escritora Ana Maria Gonçalves enxergou ao fazer uma extensa crítica a Ziraldo por ter retratado o escritor ao lado de uma mulata na camisa de um bloco de carnaval carioca de sugestivo nome: “Que merda é essa?”.

O tema do desfile do bloco, “Proibido proibir”, faz referência a um episódio anterior – que também mereceu bastante repercussão – envolvendo o criador do Sítio do Pica-pau Amarelo. No fim do ano passado, o Conselho Nacional de Educação emitiu um parecer em que sugeria que o livro “Caçadas de Pedrinho” fosse distribuído para as escolas públicas do país com uma advertência que contextualizasse historicamente algumas passagens interpretadas como racistas. A recomendação, que nem chegou a se concretizar, já que o Ministério da Educação não homologou o parecer, foi interpretada por muita gente como uma espécie de censura a obra de Lobato.
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Comer é verbo e não substantivo: mercado ou soberania alimentar?

Em meados de fevereiro, o Banco Mundial comunicou que devido ao incremento nos preços da comida, o número de famintos estava se aproximando do 1 bilhão, quando os últimos dados da FAO falavam em 925 milhões. Outras 44 milhões de pessoas estão atravessando a fronteira da extrema pobreza porque suas débeis economias familiares foram desestabilizadas pelos preços elevados da comida. A situação é gravíssima, mas os preços seguem aumentando e, em uma economia globalizada, fenômenos climáticos locais – tempestades na África, geadas no México, secas na China, etc. – se convertem em um quebra-cabeças mundial. O artigo é de Vicent Boix.

“Entre 2010 e 2011, os preços dos alimentos bateram recordes por sete meses consecutivos (…) Os aumentos nos preços dos produtos básicos se converteram em um fator desestabilizador da economia mundial, provocando tensões e distúrbios em vários países em desenvolvimento e, mais recentemente, na Argélia, Tunísia e Egito”. As afirmações são do Parlamento Europeu em uma resolução aprovada no dia 17 de fevereiro, que acrescentou: “…os altos preços dos alimentos lançam milhões de pessoas na insegurança alimentar e ameaçam a segurança alimentar mundial no longo prazo” (1).

Diante desta nova e trágica crise alimentar, repete-se uma e outra vez que a causa principal da alta dos preços é um desequilíbrio entre uma menor oferta e uma maior demanda em nível mundial, ou seja, cada vez se exigem mais cultivos e este ano os rendimentos foram piores. Mas, em um artigo anterior (2) indiquei que durante os anos 2003-2004 a situação em nível mundial quanto à quantidade de alimentos básicos como os cereais tinha sido pior que a de 2007 até agora. Contrariamente e tomando como referência o “Índice para os Preços dos Alimentos”, utilizado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), os preços em 2003-2004 foram cerca de 50% inferiores em comparação com os da crise de 2008 e 100% inferiores em relação a janeiro de 2011.
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