Combate e Prevenção – Desde o ano de 2010, a última semana do mês de janeiro é destacada para lembrar o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. O evento mobiliza entidades públicas e civis em todo o Brasil com atividades que suscitem ações de alerta e combate a essa prática criminosa. Solidárias na defesa e promoção da vida, as Irmãs do Imaculado Coração de Maria (ICM) somam nesse grito por justiça. No Piauí, as Irmãs e Leigos ICM da Província Cristo Libertador, inseridas/os na Rede Um Grito pela Vida e na Comissão Pastoral da Terra (CPT), participaram ativamente das mobilizações em prol da erradicação de Trabalho Escravo, ampliando o olhar sobre essa problemática como uma das formas de Tráfico de Seres Humanos.
Com isso, as Irmãs ICM/Rede Um Grito Pela Vida e a Comissão Pastoral da Terra, juntamente com outras entidades civis e governamentais, integram o Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Escravo no Piauí e, para a semana de mobilização, programaram atividades das quais se desatacaram panfletagem em praça pública, audiência com o Governador do Piauí, Wilson Martins e oficina sobre o Trabalho Escravo e Tráfico de Seres Humanos na cidade de Pio IX.
Atividades
Elencando as atividades realizadas, Irmã Roselei Bertoldo, vice-provincial de Teresina, ressalta a participação de Irmãs e Leigos/as ICM. Segundo ela, as atividades começaram com uma mobilização junto aos veículos de comunicação do Piauí que realizaram cobertura destes eventos com a participação do Leigo ICM Francisco Alan que concedeu entrevista às emissoras de rádio e TV.
Irmã Roselei conta que, de uma forma mais forte, a mobilização foi às ruas e chegou ao Palácio de Karnak, sede do governo estadual: “Realizamos mobilização pública na Avenida Frei Serafim (Centro de Teresina) com distribuição de material sobre o tráfico de pessoas e trabalho escravo no dia 28 de janeiro. Foram distribuídos 4.000 panfletos e folders da Rede e Congregação ICM. Também participamos de Audiência Publica na Sede do Governo do Estado onde entregamos a carta-manifesto ao governador do Piauí, Wilson Martins, cobrando providências do poder público diante deste problema”, disse.
A Irmã também destaca a realização de uma oficina temática, ocorrida nos dias 29 e 30 de janeiro junto aos moradores/as do Assentamento Paulo Freire, na cidade de Pio IX, distante de 650 km de Teresina. A oficina de alerta e prevenção abordou as seguintes temáticas: Trafico de Pessoas, Trabalho Escravo e gênero. O grupo foi motivado a expressar o que conhecia, bem como a refletir sobre as palavras “Trabalho escravo”, “Gênero”, “tráfico de pessoas”, “exploração”, “violência”, “migração”.
“Contamos com a assessoria dos Leigos ICM Francisco Alan, Iago Menor e das Irmãs Roselei e Doralice Bento Vieira. A oficina teve como objetivo sensibilizar a comunidade sobre a realidade das temáticas abordadas. Este assentamento é acompanhado pelas Irmãs da comunidade da cidade de Picos-PI. Durante a realização das atividades, nos intervalos, realizamos visitadas as famílias do assentamento com a distribuição de material informativo, atingindo um total de 740 pessoas”, informa a Irmã..
O Assentamento Paulo Freire foi criado em 2005 e conta com 148 famílias. Cada família possui uma média de seis integrantes. A comunidade vive da agricultura familiar. Hoje o assentamento possui infra-estrutura e é rico em potencial de produção.
Para Irmã Roselei, toda essa mobilização atingiu seu objetivo na medida em que alertou e esclareceu as pessoas do campo e da cidade sobre essa abominável prática criminosa que afeta a milhares de homens, mulheres e jovens, que são iludidos em sua busca de vida digna: “Estes dias foram marcados por um profundo envolvimento do grupo de leigos, leigas ICM e a comunidade das Irmãs da sede da Provincial, Comunidade Esperança Garcia (Teresina) e da Comunidade de Picos-PI em todas as atividades realizadas. Destacamos o grande número de pessoas que foram sensibilizadas pela temática do tráfico de Pessoas. Sentimos o como é importante trabalhar estas temáticas junto às comunidades, pois percebemos um grande número de relatos onde acontece o tráfico de pessoas bem como a necessidade que as pessoas têm de estarem informadas para poderem se prevenir e não cair nesta armadilha”, arrematou.
Histórico [Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo] – No dia 28 de janeiro de 2004, três fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho, foram assassinados vitima em uma emboscada na região rural de Unaí, cidade de Minas gerais. Desde então, esta data foi oficializada como Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. Entidades públicas e organizações civis organizam eventos como manifestações, debates e lançamentos de documentos que possam atrair atenção para este tema.
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