“A coisa aqui tá preta”: Uma rápida contribuição à construção da consciência histórica negra

Por Eduardo F. (Nem tanto afrocentrado quando poderia, nem tão obcecado que não se permite escutar muito choro, samba e o rock ‘n´roll).

Texto em Homenagem as Crioulas e os Crioulos de Conceição (quilombo vivenciado nas alegrias e tristezas).

No ano de 1975, Chico Buarque lançou o LP “Meus Caros Amigos”, obra com músicas de extrema relevância política, entre elas “O que será? (À Flor da Pele)”, da qual o dueto com o amigo Milton Nascimento ainda é citado como uma das mais belas parcerias da música brasileira. No mesmo LP, músicas relevantes, como Mulheres de Atenas, Olhos nos Olhos, Vai Trabalhar, Vagabundo e Passaredo.

Em uma das “tabelinhas” do LP com Francis Hime, Chico Buarque compôs “Meu Caro Amigo”, que em uma das suas estrofes assevera que a coisa tá preta: “Aqui na terra ‘tão jogando futebol/Tem muito samba, muito choro e rock’n’ roll/Uns dias chove, noutros dias bate sol/Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta/Muita careta pra engolir a transação/E a gente tá engolindo cada sapo no caminho/E a gente vai se amando que, também, sem um carinho/Ninguém segura esse rojão.” (mais…)

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Dia da Consciência Negra: Por um Estado que proteja as crianças negras do apedrejamento moral no cotidiano escolar

Eliane_CavalleiroBrasil, 20 de novembro de 2010 – Dia da Consciência Negra

Excelentíssimo Presidente da República Federativa do Brasil, Sr. Luís Inácio Lula da Silva,

Em um ato político e humano, vossa excelência ofertou asilo a Sakneh Mohammadi Ashtiani como forma de preservar-lhe a vida, visto que a mesma corre risco de ser apedrejada até a morte física em seu país, o Irã.

Se me permite a analogia, pelo exemplo que vossa senhoria encarna para a Nação, creio que seria, além de político e humano, um gesto emblemático e valoroso se vossa senhoria manifestasse sua preocupação e garantisse “proteção” às crianças negras inseridas no sistema de ensino brasileiro, zelando por sua sobrevivência moral e sucesso em sua trajetória educacional. (mais…)

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México: Migración indígena continúa imparable

Servindi – En México habría unos 14 millones de indígenas, de los cuales 10 millones habitan en las comunidades, en tanto que dos millones radican en la zona urbana y una cantidad similar lo hace en el extranjero. Así lo informó el director general de la Comisión Nacional para el Desarrollo de los Pueblos Indígenas (CDI) de México, Xavier Abreu Sierra.

Abreu señaló que a pesar de todos los esfuerzos realizados, la migración de indígenas continúa y ya son dos millones de mexicanos de esa procedencia quienes se encuentran en el extranjero en busca de mejores oportunidades. “Aún y cuando en estos últimos años el presupuesto para las zonas indígenas se ha casi triplicado, ya que pasó de los 24 mil millones de pesos a los 60 mil millones de pesos, falta mucho por hacer”, puntualizó.

Detalló que de los aborígenes que radican en el país, al menos un millón viviría con “menos de un dólar al día”,
en tanto que otros seis millones estarían en situación de pobreza extrema.
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A face negra do Brasil: do mito ao esboço de uma nova realidade

O racismo é prática criminosa e se fundamenta na idéia de que é possível hierarquizar grupos humanos com base na etnicidade. No Brasil, o racismo é dos poucos crimes que mereceram tipificação no texto constitucional. Segundo o Artigo 5º, XLII da Constituição Federal, a prática do racismo constitui crime inafiançável imprescritível, sujeito a pena de reclusão nos termos da lei.

A realidade social brasileira, no entanto, ainda não acompanha o avanço do quadro jurídico pátrio. O racismo continua sendo disseminado no Brasil ao ponto de produzir efeitos estruturais na sociedade brasileira.

No Brasil, as raízes mais profundas do racismo podem ser traçadas ao regime escravocrata. A escravidão em território brasileiro foi, durante séculos, uma política de estado que lançou bases tão amplas quanto permanentes, seja pelo número de escravos trazidos, seja pela intimidade do sistema econômico com o regime escravista, seja pelo alcance nacional da escravidão como política e ideologia.
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Universidade e racismo

Antonio Ozaí da Silva

A questão racial põe em xeque a universidade e o que ela representa quanto ao saber hegemônico. De um lado, questiona o saber acadêmico e demanda o reconhecimento de outros saberes também legítimos, mas excluídos e/ou estigmatizados pelo campus. De outro, pressiona pela democratização do acesso e revela o ilusionismo da ideologia meritocrática e dos mecanismos pretensamente democráticos para decidir quem tem o direito de freqüentá-la.

A universidade está diante da necessidade de repensar o seu papel e relação com a sociedade. Isso produz insegurança, especialmente na classe média. A resistência às medidas que democratizam a universidade, não apenas no que diz respeito ao ingresso mas também em relação ao seu funcionamento interno – por exemplo os concursos para docentes –, é um dos efeitos visíveis. É a própria idéia de que no Brasil vivemos sob a democracia racial que se encontra na berlinda. (mais…)

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Lei antihomofobia: uma resposta à onda do ódio

Pesquisa do Grupo Gay da Bahia mostra que, a cada 2 dias, um homossexual é assassinado no Brasil. A reportagem é de Patrícia Benvenuti e publicada pelo Brasil de Fato, 19-11-2010.

Foi em uma escola pública de Taboão da Serra (SP) que Pierre Freitaz, então com 13 anos, foi vítima de homofobia pela primeira vez. As agressões vieram, inicialmente, na forma de piadas. “Nunca gostei de ser amigo dos meninos, eu andava mais com as meninas. Eu não gostava de jogar futebol, e aí começou”. As “brincadeiras” aumentaram, e os meninos passaram a cobrar “pedágio” para deixá-lo entrar na escola. Com medo, Pierre pagava, até que avisou que não entregaria mais o dinheiro. As ameaças se concretizaram. “Vieram com empurrões, a violência foi crescendo até que quebraram o meu braço”.

A humilhação seguinte partiu da própria escola. Durante uma reunião entre seus pais e os familiares de seus agressores, a diretoria deu a entender, segundo Pierre, que a agressão havia ocorrido devido à sua opção sexual. “Disseram que aquilo [agressão] aconteceu comigo porque eu era gay. Quiseram dizer que eles [meninos] estavam certos e eu errado”, relembra. (mais…)

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Eleições 2010. ‘A guerra se deu entre o preconceito e a verdadeira informação’

Em entrevista à Carta Maior, 19-11-2010,  Marilena Chauí avalia a guerra eleitoral travada na disputa presidencial e chama a atenção para a dificuldade que a oposição teve em manter um alvo único na criação da imagem de Dilma Rousseff: “o preconceito começou com a guerrilheira, não deu certo; passou, então, para a administradora sem experiência política, não deu certo; passou para a afilhada de Lula, não deu certo; desembestou na fúria anti-aborto, e não deu certo. E não deu certo porque a população dispõe dos fatos concretos resultantes das políticas do governo Lula”. Para a professora de Filosofia da USP, essa foi a novidade mais instigante da eleição: a guerra se deu entre o preconceito e a verdadeira informação. E esta última venceu. Eis a entrevista.

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Documento final do III Encontro Continental do Povo Guarani

ASSUNÇÃO, PARAGUAI – Nós, representantes de diferentes organizações indígenas da Nação Guarani na Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai, nos reunimos na cidade de Assunção, Paraguai durante o III Encontro Continental do Povo Guarani  dando continuidade ao I Encontro Continental realizado em São Gabriel/RS Brasil, em 2006 e do II Encontro Continental que aconteceu na cidade de Porto Alegre/RS Brasil em 2007.

Hoje, sob o tema Terra-Território, Autonomia e Governabilidade, animando permanentemente nossos corações pelas palavras sábias de nossos anciões e anciãs, buscando compreender a partir das coincidências em longos debates e profundas reflexões  realizadas sempre de acordo com os princípios de respeito e consensos, tradicionais em nossas culturas, queremos fazer chegar ao mais profundo do espírito das autoridades, nacionais e internacionais e a todos os cidadãos dos lugares que habitam nosso pensamento nestas palavras.

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Professores: Distantes da produção científica

Revistas mais citadas: Nova Escola, Veja, Superinteressante e Época. Será que lendo-as @s professor@s estarão aptos a fazer a necessária crítica de Monteiro Lobato, por exemplo, para as crianças por cuja formação são parcialmente responsáveis? TP.

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – As principais fontes de informação para professores do ensino básico que trabalham com educação ambiental são revistas e livros didáticos e o conhecimento produzido nas universidades não atinge diretamente esses profissionais. A constatação é de uma pesquisa feita na Universidade Estadual Paulista (Unesp).

O estudo avaliou as fontes de informação sobre educação ambiental dos professores de educação básica em 14 municípios de São Paulo que pertencem à bacia hidrográfica do médio Tietê, tendo como polo regional a cidade de Bauru. (mais…)

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Presidente Lula entrega títulos de terra e assina decretos em favor de quilombolas

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vai entregar nesta segunda-feira (22/11), no interior de São Paulo, mais quatro títulos de terra a comunidades quilombolas. No total, as áreas somam 15,8 mil hectares e vão beneficiar diretamente 347 famílias. Lula também vai assinar decretos que abrem caminho para a titulação de outras 11 áreas em nome de grupos remanescentes de escravos.

O evento, marcado para as 10 horas, acontece na comunidade quilombola de Ivaporanduva, que fica no município de Eldorado Paulista, a 229 km da capital. Lá, o presidente vai contemplar a própria comunidade com a entrega de seu título e inaugurar uma ponte dentro da área quilombola.

As outras comunidades que receberão títulos de suas terras estão localizadas em Rondônia, Rio Grande do Sul e Pará. Confira a relação dos grupos beneficiados: (mais…)

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