RS – Manifestações marcam a morte de sem-terra

A data de um ano da morte do sem-terra Elton Brum da Silva, 44 anos, assassinado por um policial militar em uma ação de desocupação de terra, foi lembrada ontem com bloqueios de três estradas no Estado. Os protestos, organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), tinham faixas com palavras de ordem e distribuição de panfletos com as reivindicações do movimento. A reportagem é de Joana Ferraz e publicada pelo jornal Zero Hora, 21-08-2010.

Em Santa Margarida do Sul, cerca de 150 assentados bloquearam o trânsito na BR-290. Movimentação igual ocorreu na BR-158, em Júlio de Castilhos, com cerca de 80 pessoas, entre assentados e acampados. Em Palmeira das Missões, no norte do Estado, os sem-terra pararam o tráfego da BR-569. Em função dos bloqueios, houve congestionamento.

– Já se passou um ano desde que o nosso companheiro foi assassinado covardemente e nada foi feito – desabafou o sem-terra Gilmar Soares, que mora no acampamento Herança de Adão Pretto, em Júlio de Castilhos.

O processo que trata da morte de Silva ainda tramita na Justiça. Na quarta-feira, a Justiça de São Gabriel mandou que o réu, o soldado da Brigada Militar (BM) Alexandre Curto dos Santos, seja citado. Conforme a acusação, Santos teria atirado pelas costas em Silva, durante operação de reintegração de posse da Fazenda Southall, em São Gabriel. O sem-terra chegou a ser socorrido, mas não resistiu. À época, Santos afirmou desconhecer que sua arma estava com munição letal.

Entenda o caso

2009

– 28 de setembro – A Polícia Civil de São Gabriel indicia o policial por homicídio qualificado.
– 5 de outubro – A promotora Ivana Battaglin, de São Gabriel, oferece denúncia por homicídio qualificado contra o PM.
– 28 de outubro – O juiz da Vara Criminal de São Gabriel, José Pedro de Oliveira Eckert, aceita parte da denúncia. O magistrado não acha que o PM dificultou a defesa.
– 30 de outubro – O MP recorre.

2010

– 12 de maio – A 1ª Câmara Criminal do TJ decide que a denúncia do MP deve ser recebida de forma integral.
– 21 de junho – O processo volta para São Gabriel.
– 18 de agosto – A juíza Juliana Neves Capiotti cita o réu. A citação é a primeira chance do PM de se manifestar no processo.

http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=35553

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