Segundo agência da ONU, maior parte da resposta à tragédia tem tido enfoque apenas no aspecto urbano da crise; FAO diz que recursos insuficientes para a agricultura restringem esforços para melhorar a segurança alimentar.
Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, afirmou nesta quinta-feira que a comunidade internacional não pode negligenciar áreas rurais se quiser superar os efeitos do terremoto no Haiti.
Em nota, a agência diz que recursos insuficientes para a agricultura restringem esforços para melhorar a segurança alimentar, produção local e oferecer oportunidades de renda nessas regiões.
Resposta
Segundo o coordenador de Reabilitação e Emergência da FAO no Haiti, Etienne Peterschmitt, a maior parte da resposta à tragédia tem tido enfoque apenas no aspecto urbano da crise.
Ele ressalta que mais investimentos em agricultura e a criação de empregos em áreas rurais são urgentes para trazer os deslocados de volta à Porto Príncipe e no apoio à segurança alimentar no país.
A FAO afirma que distribuiu, junto com o governo haitiano, insumos agrícolas para 72 mil famílias de agricultores locais atingidos pelo terremoto. Os produtos foram entregues antes da primavera, temporada de plantio que representa 60% da produção agrícola.
Estoques
Com a assistência, de acordo com a agência, mais de 360 mil pessoas produzem e consomem os próprios alimentos, e ainda vendem o excedente para cobrir despesas de saúde e educação.
Os esforços de recuperação da agricultura haitiana incluem ainda a distribuição de equipamentos, fertilizantes, distribuição de sementes e assistência para a produção de vegetais.
A FAO também diz que pretende auxiliar os pequenos produtores para a temporada de furacões com a criação de estoques em locais estratégicos e áreas de fácil mobilidade.