Adital – Carlitos liga com voz embargada e indignada – “mataram meu neto e jogaram que nem cachorro”. Calma Carlitos, deixa entender o que aconteceu!
“Meu neto Julio, de 16 anos foi praticamente roubado para ser levado pelo cabeçante (o responsável por arregimentar um grupo de trabalhadores) para ir cortar cana. Ele foi com o documento do tio dele. Isso foi sábado de noite. Na madrugada recebi uma ligação do cabeçante dizendo que algo muito ruim tinha acontecido, meu neto Julio havia se jogado do ônibus e morrido. O corpo dele foi levado para Nioaque e depois para a terra indígena de Caarapó. Depois só chegou o corpo aqui para nós enterrar. Não deram explicação nenhuma. Isso não pode ficar assim. Morreu que nem um animal…”.
Diante da narrativa e insistente pedido de ajuda pois queria saber a verdade. Disse não acreditar de que seu neto tivesse se jogado da janela do banheiro do ônibus que levava indígenas para trabalhar no corte de cana na usina Santa Olinda, distrito de Quebra Coco, município de Sidrolandia. Falou que no atestado de óbito constata isso, mas que ele achava isso impossível. (mais…)