Pará ainda tem 2,1 milhões de pessoas na miséria

Belém tem 4 mortes por dia e iguala-se ao Iraque
A violência em Belém é comparável a Bagdá, capital do Iraque, um país em guerra: 4 mortes por dia

A dona-de-casa Joana Pinheiro de Souza, 53, mora em um barraco, que é dividido em três cômodos, junto com marido, filhos e netos, somando 13 pessoas no total. Apenas o marido, que é auxiliar de serviços gerais trabalha com carteira assinada. Ela diz que o salário mínimo que o marido recebe mensalmente é a base do sustento da família.

A moradia situada na Vila da Barca, um dos locais mais pobres de Belém, demonstra bem o que a pesquisa denominada Índice Paraense de Responsabilidade Social, anteriormente chamado de Mapa da Exclusão Social, divulgada ontem pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social e Ambiental do Pará (Idesp).

Segundo a pesquisa, o número de paraenses que vive abaixo da linha da pobreza vem reduzindo gradativamente desde 2004, mas ainda persiste um percentual muito elevado de famílias sobrevivendo na pobreza. Em 2004, 2.9 milhões de paraenses estavam abaixo da linha da pobreza, sobrevivendo com renda menor que a metade do salário mínimo, ou seja, 43.09% da população. De lá pra cá, a renda do brasileiro melhorou, mas ainda permaneceram em 2008, 2.1 milhões de paraenses vivendo na miséria, significando 29.56% da população. Também foi constatado que a renda do Estado se concentra em três regiões: RMB, Carajás e Lago de Tucuruí. (mais…)

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Caravana dos povos do Pará e Maranhão prepara o I Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale

Representantes de várias regiões do país e do mundo estão a caminho da região Norte do Brasil para se encontrar e gritar contra a injustiça do atual modelo de desenvolvimento, denunciar os impactos sócio-ambientais gerados pela Vale sobre comunidades, trabalhadores e territórios e debater alternativas ao perverso sistema de mineração em vigor.

De 06 a 11 de abril acontecerá a mobilização da Caravana dos Povos do Pará e Maranhão. Paralelamente, também em Minas Gerais uma caravana irmã articulará as comunidades afetadas pelas operações do sistema sul da Vale. Em seguida, no Rio de Janeiro, haverá a concentração desses grupos e de muitas outras testemunhas e convidados para o I Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale, de 12 a 15 de abril.

Há anos vários movimentos populares, sindicatos e entidades ambientalistas vêm denunciando e esclarecendo à sociedade a forma truculenta de proceder da Vale, propondo alternativas à lógica do lucro a qualquer preço, e à falta de responsabilidade social da empresa. Cresce a cada dia a articulação de quem está diretamente prejudicado por ela, lutando e acreditando que outro modelo econômico e social é possível, e que é possível conjugar a produção de bens com respeito aos direitos e com justiça social e ambiental.

A Caravana Norte reunirá participantes oriundos ddo Pará, Maranhão, Minas Gerais, Ceará, Rio de Janeiro e também do Chile, Peru, Moçambique e Canadá, todos trazendo histórias de conflitos com a Vale. As comunidades locais serão enriquecidas pela experiência dos visitantes. Da mesma forma, estes poderão tocar com as próprias mãos a violência do conflito sócio-ambiental em que o povo vive e também apreciar a sua resistência e criatividade. (mais…)

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Risco de jovem negro ser morto é 130% maior, revela Mapa da Violência

Agência Estado, 30-03-2010

O risco de um jovem negro ser vítima de homicídio no País é 130% maior que o de um jovem branco, segundo o Mapa da Violência – Anatomia dos Homicídios no Brasil, estudo que compreende o período de 1997 a 2007 e que está sendo divulgado nesta terça em São Paulo pelo Instituto Sangari, com base nos dados do Subsistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde.

A desigualdade entre as duas populações, que já era expressiva, aumentou de forma assustadora em cinco anos. Em 2002, morria 1,7 negro entre 15 a 24 anos para cada jovem branco da mesma faixa etária. Em 2007, essa proporção saltou para 2,6 para 1.

O abismo entre os índices de homicídio é resultado de duas tendências opostas. Nos últimos cinco anos, o número de mortes por assassinato entre a população jovem branca apresentou uma redução significativa: 31,6%. Entre negros, o movimento na direção contrária, um aumento de 5,3% das mortes no período. “Brancos foram os principais beneficiados pelas ações realizadas de combate à violência. Temos uma grave anomalia que precisa ser reparada”, diz Julio Jacobo, autor do estudo.

O trabalho revela que em alguns Estados as diferenças de risco entre as populações são ainda mais acentuadas. Na Paraíba, por exemplo, o número de vítimas de homicídio entre negros é 12 vezes maior do que o de brancos. Em 2007, a cada cem mil brancos eram registrados 2,5 assassinatos. Entre a população negra, no mesmo ano, os índices foram de 31,9 homicídios para cada cem mil. (mais…)

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Mapa da Violência aponta redução de homicídios no Brasil – O estudo indica, porém, que crimes aumentaram no interior e na população negra

Mapa da Violência

Nota do GT Combate: o texto abaixo é um informe do Instituto Sangari. O Mapa, com suas análises e gráficos, pode ser lido e baixado em www.institutosangari.org.br/mapadaviolencia


Extenso painel da situação e evolução dos homicídios na década 1997/2007, no conjunto da população, por Unidades da Federação, capitais, regiões metropolitanas, municípios, faixa etária, sexo, raça/cor, gênero, comparando dados do Brasil com os de mais de 90 países do mundo, o “Mapa da Violência 2010 – Anatomia dos Homicídios no Brasil” aponta: a taxa de homicídios no país está caindo.

Segundo a pesquisa, de autoria do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de pesquisa do Instituto Sangari, os índices de homicídio foram crescendo com regularidade até 2003, a uma taxa que superava a casa de 5% ao ano. A partir desse ano e com algumas oscilações, as taxas de homicídio mostram uma inédita tendência de declínio.

No entanto, para algumas Unidades Federadas, a década foi ou de estagnação, como em Pernambuco, Espírito Santo, Rondônia e Acre, ou de crescimento, em alguns casos muito significativos, como Maranhão, Alagoas e Piauí, entre outros. Com isso, nos anos de início e fechamento da década em estudo, a situação do Brasil permaneceu praticamente inalterada, com taxa de 25,4 homicídios em 100 mil habitantes em 1997 e de 25,2 em 2007. Mas, se as taxas de homicídio (em 100 mil) caem nas capitais, de 45,7 em 1997 para 36,6 em 2007, assim como nas dez regiões metropolitanas, de 48,4 para 36,6, no interior do país as taxas elevam?se de 13,5 em 1997 para 18,5 em 2007. Esses dados caracterizam um fenômeno iniciado na virada do século: a interiorização da violência, ou seja, o deslocamento dos pólos nâmicos da violência das capitais e regiões metropolitanas para o interior. Segundo o autor, isso não significa, porém, que os números ou taxas de homicídio no interior são maiores que as dos grandes centros urbanos, mas que o crescimento dos homicídios concentra?se agora em municípios no interior dos estados. (mais…)

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