Manaus – O crescimento acelerado do consumo mundial de energia e as incertezas em relação ao fornecimento de combustíveis fósseis intensificam a busca por fontes renováveis.
A região amazônica, que abrange 60% do território brasileiro, apresenta diversidade de fontes renováveis, principalmente resíduos de biomassas vegetais como: caroço do açaí, caroço do fruto do tucumã, caroço do bacuri, ouriço de castanha-do-Brasil, ouriço de sapucaia e casca de cupuaçu.
Em busca de uma solução para a utilização de resíduos de biomassas vegetais para a produção de energia, o doutorando em Engenharia Química pela Universidade de Campinas (Unicamp), Vicente Franco Nascimento, comprovou que o fruto do tucumã (Astrocarym aculeatum) tem potencial para gerar energia por meio da termoconversão.
O resultado foi obtido durante o projeto de pesquisa ‘Caracterização de biomassas amazônicas – ouriço de castanha-do-brasil, ouriço de sapucaia e caroço do fruto do tucumã visando sua utilização como insumo energético em processos de termoconversão’, realizado de 2010 a 2012 na Unicamp.
O estudo foi financiado pelo Governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Amazonas (RH-Interinstitucional).
“Na análise morfológica, foram identificadas duas estruturas do tecido de sustentação dos vegetais que conferem às biomassas estudadas uma alta rigidez, principalmente para o caroço do fruto do tucumã”, disse Nascimento.
Ele esclareceu que a pesquisa comparou o ouriço da castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa), ouriço da sapucaia (Lecythis pisonis) e o caroço do fruto do tucumã (Astrocarym aculeatum) para analisar qual matéria-prima tinha maior potencial energético em processo de termoconversão.
“Fiz a caracterização das propriedades físicas, químicas e térmicas, bem como a análise cinética da reação da degradação controlada para avaliar se os insumos eram suficientes para produzir energia”, explicou o pesquisador.
Nascimento informou que os resíduos das sementes da castanheira e sapucaia e do fruto do tucumã foram coletados no perímetro urbano e rural do município de Parintins, distante 369 quilômetros de Manaus.
Fonte: Agência Fapeam
Enviada por Mayron Régis para Combate ao Racismo Ambiental.