Há restos mortais de 20 pessoas que foram encontrados e aguardam para serem submetidos a exames de DNA
Redação | São Paulo
Assim como ocorre no Brasil, o Paraguai segue investigando crimes cometidos durante a sua ditadura militar, que teve duração de 35 anos (1954-1989) e foi presidida por Alfredo Stroessner. Os pesquisadores paraguaios, no entanto, esbarram na falta de verbas para a apresentação de resultados efetivos. No momento, há restos mortais de 20 pessoas que não foram identificadas devido ao embargo de 100% do orçamento destinado a essa finalidade.
Rogelio Goiburú, membro da Equipe de Buscas de Desaparecidos da Ditadura, lamenta que os US$ 150 mil (cerca de R$ 298 mil) aprovados anteriormente tenham sido bloqueados por cortes no orçamento nacional. “Esses corpos encontrados seguem desaparecidos porque não têm uma identidade. E isso é culpa do Estado paraguaio, que tem uma dívida histórica com essas vítimas”.
Dos 20 corpos que aguardam identificação, 14 foram encontrados na área onde funcionava a Guarda de Segurança de Stroessner, em Assunção, que começou a ser investigada em 2009. Um dos corpos pode ser de Agustín Goiburú, desaparecido há 30 anos e pai do pesquisador Rogelio. “Tomara que seja meu pai. Uma das versões sobre o seu paradeiro corresponde ao lugar onde achamos os restos mortais.”
Os corpos encontrados na região da Guarda de Segurança apresentavam bom estado de conservação, segundo Rogelio. “Um deles está inclusive com calças e camisa listrada. Além disso, há muitos dentes. Mas só com o exame de DNA se pode ter 100% de certeza sobre a identidade”, afirmou o pesquisador.
—
Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.
http://operamundi.uol.com.br/