Renato Fonseca – Do Hoje em Dia
Elas fazem a diferença por livre e espontânea vontade, sem esperar nada em troca. Algumas dedicam tempo integral a crianças carentes e outras lutam pela preservação da natureza. Há ainda quem ensine a arte da pintura e quem devolva a esperança de vida a doentes. Como traço de união, o trabalho voluntário e a escolha de uma nova terra para viver.
No mês dedicado internacionalmente à mulher, o Hoje em Dia narra a história de mineiras que se lançaram em aventuras mundo afora dispostas a praticar o bem e de estrangeiras que buscaram o sorriso do povo mineiro. Entre idas e vindas, todas conquistam espaço, conhecendo novas culturas e concretizando sonhos alheios.
A angolana Maria Teresa Corujo, de 54 anos, se encaixa nesse perfil. Filha de portugueses, ela se mudou para o Brasil aos 15 anos. Passou a adolescência no Rio de Janeiro e formou-se em pedagogia. Morando em Belo Horizonte desde 1997, se tornou ambientalista e está sempre no fogo cruzado entre a política mineral e o meio ambiente.
Engajada com a preservação da Serra da Piedade, em Caeté, na Grande BH, ela esteve na semana passada no topo da formação rochosa. Nas mãos, as bandeiras de Minas e do Brasil, sempre presentes nas manifestações em prol do bem ambiental.
“Muito mais do que um templo religioso, aqui é um patrimônio mineiro”, destaca. Hoje, Maria Teresa luta pela criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela, no entorno de municípios da região metropolitana.
Uma boa ouvinte
Se, por um lado, o sotaque carregado impede que o típico “uai” seja incorporado ao diálogo, do outro, não há limitações na busca pela promoção da saúde e do bem-estar. Mãe de dois filhos, a médica holandesa Irene Adams, de 73 anos, natural de Amsterdam, acolhe com carinho crianças nascidas de outras barrigas.
Ela dedicou as últimas três décadas a jovens de BH em situação de vulnerabilidade. Diariamente, pode ser encontrada na ONG Ação Multiprofissional com Meninos em Risco (Ammor), no bairro Lagoinha, na região Nordeste da capital. O local recebe meninos e meninas – alguns com o vírus da Aids – de vários abrigos da cidade.
Especialista em imunologia, o trabalho de Irene vai além da relação médico/paciente. “Temos que ser um bom ouvinte. Converso e procuro entender a história de cada um”, diz a orgulhosa voluntária.
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Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.
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