Coletivo Terra Vermelha
No próximo domingo, 10 de março, o Coletivo Terra Vermelha irá realizar uma ‘Ação Emergencial de ARRECADAÇÃO DE ALIMENTOS, roupas, calçados, etc…’ para indígenas em situação de risco. O material coletado será distribuído entre as comunidades mais vulneráveis, definidas por lideranças do Conselho do Aty Guasu – grande assembleia Guarani e Kaiowá – e do Conselho Terena.
O Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população indígena do país, e um dos piores contextos de demarcação de terras no Brasil. Os Guarani Nhandeva e Guarani Kaiowá, segunda maior população indígena no Brasil – 43,3 mil, segundo último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ocupam menos de 1% de território que tradicionalmente ocupavam antes das expulsões ocorridas ao longo do século vinte. As comunidades do povo Terena continuam com todos os processos de demarcação de terras completamente congelados no judiciário.
A falta de terra acarreta uma situação de miséria e abandono para essas populações. São milhares de indígenas sem acesso à educação, saúde e alimentação, subsistindo em ao menos 36 acampamentos indígenas – 30 em territórios ocupados por fazendas de gado e lavoura, e 6 em beira de estrada. O restante vive confinado em pequenas reservas (18% dos Guarani vivem em apenas uma reserva de 3,6 mil hectares!) ou vive nas periferias das cidades.
Diante desse quadro, e em diálogo com as organizações e lideranças indígenas, o Coletivo Terra Vermelha realizará uma ação permanente de coleta de alimentos e roupas, que serão distribuídos em parceria com outras organizações indigenistas e sob a orientação de lideranças Terena e Guarani. No domingo, a prioridade serão doações de alimentos não-perecíveis, mas roupas, calçados e agasalhos também serão recebidos.
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