Começa juízo em Cañete contra 18 indígenas acusados de ‘terrorismo’

Adital – Mais ou menos às 10h30 desta manhã, começou o juízo oral contra 18 indígenas acusados de participar de ações de resistência mapuche na zona do Lago Lleu Lleu entre 2005 e 2009. Em primeira instância, o debate se centrará na estratégia da promotoria por meio de suas 36 testemunhas protegidas, que declararão por meio de videoconferência, o que dificulta o diálogo com eles e não dá garantia alguma de validade de seus dizeres.

Na audiência, encontra-se presente a grande maioria dos processados acompanhados de seus familiares. Recordemos que familiares dos prisioneiros pediram ao governo que se respalde hoje a petição da defesa de restituir os delitos deixando fora a Lei Antiterrorista. O ministro do Interior respondeu que “o avaliaremos e seguiremos conversando…”.

Entretanto, informa-se de cortes de caminho nas proximidades do Lago Lleu Lleu, setor San Ramón.

Comunidade Caimanes

Ao completar 42 dias da greve de fome de 11 moradores da comunidade de Caimanes, radicalizam-se as posturas e os grevistas dizem estar inclusive dispostos a perder a vida para conseguir a parada das operações da represa El Mauro, pertencente à mineradora Los Pelambres, e que mantém a comunidade do setor toda em perigo.

O porta-voz e presidente de Caimanes, localidade da Cuarta região, Cristián Flores, foi enfático ao apontar que não baixarão a greve a menos que se realize, pelo menos, uma mesa de diálogo entre o Governo, a mineradora e os grevistas. “A greve não vai se acabar enquanto não se instaure a mesa. Os grevistas manifestaram que a única forma de remover a greve é que algum deles morra”, informou o dirigente, e contou que os manifestantes já se encontram em um estado de saúde “deplorável”, alguns deles hospitalizados e com perdas de peso que já alcançam os 14 quilos.

Postura que reafirmou um dos grevistas, Juan Villalobos, quem, apesar de se encontrar em uma delicada situação de saúde, conversou com a rádio Universidad de Chile e reiterou que manterão a medida até as últimas consequências. “Nossa saúde é muito crítica. As dores que nos provoca, o principal são dores no peito, custa-nos para respirar. Não vamos ceder aqui até que sejamos escutados e façamos entender ao Governo que nós, como comunidade, estamos correndo um perigo”, disse Villalobos.

Uma das mulheres que está na greve de fome, Valeska Tapia, já completou dois dias internada em um centro de saúde devido à apresentação de importantes complicações, que inclusive a estão perturbando mentalmente.

O medo da comunidade é que se rompa a represa El Mauro, que só está contida por uma cortina de areia, o que provocaria a total inundação da comunidade de Caimanes.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=52226

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