Representantes dos povos indígenas da Bolívia prometem colocar um freio na construção da estrada Villa Tunari–San Ignacio de Moxos, em andamento no país. A obra é conduzida pela empreiteira brasileira OAS e conta com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
As lideranças indígenas decidiram realizar a partir de agosto uma grande marcha no país, na tentativa de proteger o Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS). Eles afirmam que a construção da via poderá dividir ao meio os 12 mil km² do parque, reconhecido como terra indígena.
Em nota, os organizadores alertam para os riscos da região ser controlada por cocaleiros e madeireiras irregulares. Outra preocupação é que a estrada facilite a expansão da indústria extrativista, em especial, a exploração de petróleo na Amazônia.
Desde antes da colonização espanhola, a área é habitada por povos indígenas, e para o presidente do parque, Adolfo Moye, a construção provocaria um “etnocídio”. Assentamentos Moxos, Trinity, e Yuracarés Chimanes povoam o local, que pode ter até povos indígenas isolados Yuracarés e Yuquis.
Esta será a oitava edição da marcha em defesa do parque, considerado refúgio de espécies típicas da Amazônia andina. O ato se repete há mais de vinte anos e levou na década de 1990 ao reconhecimento da área indígena.
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