‘IX Festa da Damurida’ em Roraima reúne 17 comunidades indígenas

Festa reúne 17 comunidades indígenas de Roraima (Foto: Jackson Félix/G1 RR)
Festa reúne 17 comunidades indígenas de Roraima (Foto: Jackson Félix/G1 RR)

“É um alimento sagrado”, diz ex-tuxaua Maria Inês sobre a damurida. Danças, artesanatos e competições estão na programação do evento.

Do G1 RR

Danças, músicas, artesanatos, competições e comidas típicas fazem parte da ‘IX Festa da Damurida’, que celebra o famoso prato típico da cultura indígena Wapichana. A abertura do evento aconteceu nessa quarta-feira (5) na Comunidade Indígena Malacacheta, localizada no município de Cantá, a 34 quilômetros de Boa Vista, e segue até este sábado (8). A entrada é gratuita.

Um dos organizadores do evento, Misaque de Souza, conta que a festa foi criada dentro dos grandes movimentos realizados na comunidade, na qual a damurida ganhou destaque. Segundo ele, a ideia é propor aos indígenas que não esqueçam da própria cultura, além de divulgar a importância da culinária do povo Wapichana.

Desde a primeira edição do evento, Souza diz que aumentou o número de visitantes à Malacacheta e hoje reúne cerca de 17 comunidades participantes . “Cada ano procuramos melhorar cada vez mais para atender os companheiros de outras comunidades. Não apenas as pessoas de Roraima vêm prestigiar o nosso evento, mas também pessoas de outros estados”, relatou.

De acordo com a parteira e ex-tuxaua da Comunidade, Maria Inês Rodrigues, a damurida é um prato essecial para repor as enegias. “Comemos a damurida pela manhã antes de ir para a roça, é um alimento sagrado”, comentou. Ela ralata que, além de muita pimenta, o prato é acompanhado de farinha, beiju e caxiri, tradicional bebida indígena feita à base de mandioca.

Segundo a professora Josiane Lima, a ‘Festa da Damurida’, um dos maiores eventos da região serve para valorizar a cultura indígena Wapichana, pois é o momento em que as pessoas podem prestigiar os artigos produzidos por eles. “É um orgulho muito grande, pois as pessoas vêm de outros lugares para conhecer a comunidade e a nossa realidade”, destaca.

Ela conta ainda que anualmente chegam a passar cerca de 2,5 mil pessoas pelo evento. “Estamos lutando para revitalização da cultura indígena, pois a gente observa que muitos já se perderam e as poucos estamos resgatado”, explicou.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.