O Conselho Nacional do Cimi, reunido em sua 2ª reunião ordinária de trabalho deste ano, no Centro de Formação Vicente Cañas, em Luziânia (GO), quer expressar seu apoio à luta dos acampados indígenas, quilombolas e camponeses na sede da Superintendência do Incra, em São Luís.
Oito pessoas (foto) permanecem em greve de fome há uma semana. A greve de fome coletiva foi definida após uma assembleia geral. Esse ato extremo manifesta a urgência do cumprimento das pautas apresentadas pelo movimento. Até o presente momento as autoridades não se deixaram sensibilizar e as consequências à saúde que a greve de fome pode acarretar a Valdenilde Gamela (indígena, 25 anos), Maria Doracy Ferreira (quilombola, 36 anos), Maria da Conceição (Concinha, quilombola, 46 anos), Antônio Pereira (camponês, 52 anos) Naildo Braga (quilombola, 33 anos), Deusdeth Martins (quilombola, 53 anos), Lurdilene de Jesus (quilombola, 25 anos) e Ivonete Galvão (quilombola, 44 anos). Essas pessoas passaram a receber soro a partir de hoje por recomendações médicas.
Consideramos justos o acampamento e as reivindicações pela titulação de suas terras. Trata-se de famílias e comunidades, cansadas da imposição do pagamento de fórum a supostos proprietários das terras em que vivem. Eles reivindicam a elaboração de 40 Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação (RTID), a conclusão destes mesmos relatórios em três comunidades, o decreto de desapropriação de duas comunidades, um prazo para a finalização das demais peças técnicas de processos administrativos em aberto, a criação de uma diretoria quilombola no Incra Nacional e nas Superintendências regionais e o assentamento imediato das famílias camponesas dos territórios de Alegria e Gostoso, em Timbiras e Aldeias Altas, além da presença do ministro do Desenvolvimento Agrário, do presidente do Incra e da Fundação Palmares.
Solicitamos às autoridades que atendam as justas reivindicações dos acampados que lutam pela permanência na terra e por dignidade.
Luziânia, 17 de junho de 2015
Conselho Nacional do Cimi