Nos dias 27, 28 e 29 de novembro de 2014 será realizado o I Seminário de Combate ao Racismo do Ifes Linhares: “Formar para Superar”, que tem como objetivo colocar em pauta a discussão acerca dos efeitos da discriminação de raça e etnia nas relações escolares, assim como possibilitar um diálogo entre as comunidades interna e externa, atendendo a necessidade urgente de uma formação anti-racista que busque livrar nossa sociedade de preconceitos e discriminações em razão de raça / cor / etnia ou origem.
A realização do evento faz parte da atividades do Ifes Linhares referentes ao mês da Consciência Negra, numa homenagem ao herói Zumbi do Palmares, morto em 20 de novembro de 1965, data denominada como o “Dia da Consciência Negra”. O Seminário é uma oportunidade para a comunidade em geral debater politicamente a conjuntura das opressões vividas atualmente no Brasil. Após 126 anos da assinatura da lei áurea, ainda se efetivam formas modernas de escravidão: a população de negros e negras, os povos indígenas e demais etnias distintas do “padrão europeu” continuam sendo subjugados, tratados como seres desprovidos de direitos, segregados e submetidos à pobreza, à marginalização, à criminalização e à invisibilidade social e econômica brasileira.
Portanto, é cada vez mais urgente a instauração de uma formação anti-racista em todos os âmbitos da sociedade brasileira, no sentido da implementação das Leis 10.639 de 2003 e 11.645 de 2010, que determinam o ensino e a valorização da História e da Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena na construção do Brasil e da identidade brasileira, para que todos possam compreender, trabalhar e discutir as questões étnico-raciais, não só nas escolas, mas no debate social considerado de modo amplo e abrangente.
Recentemente ganhou repercussão nacional o fato de professor universitário no Estado do Espírito Santo estar sendo investigado pela prática de racismo em sala de aula, evento que reforça a necessidade de se trazer a discussão étnico racial para o cotidiano das instituições de ensino, na formação de futuros profissionais, a fim de possibilitar a desconstrução de pensamentos e fundamentos adquiridos por meio de uma formação social e intelectual racista, preconceituosa e discriminatória.