Por Milena Bouças, O Fluminense
Após 12 dias de ocupação, integrantes do MTST deixaram o terreno no bairro de Santa Luzia com a promessa de serem contemplados com casas populares para centenas de famílias.
Os ocupantes de um terreno no bairro de Santa Luzia, em São Gonçalo, denominado Ocupação Zumbi dos Palmares, saíram do local. A desocupação começou na noite da última quarta-feira, após terem firmado acordo com representantes da Prefeitura de São Gonçalo e da Secretaria-Geral da Presidência da República. No local, restaram apenas as estruturas das moradias improvisadas.
Algumas pessoas voltaram ao terreno na manhã desta quinta para recolher alguns pertences esquecidos e deixados na localidade. Policiais do 7º BPM (São Gonçalo) e um oficial de Justiça também estiveram no terreno para averiguar se a área realmente estava desocupada.
Um dos sem-teto, o pedreiro Carlos Silva, de 51 anos, foi um dos ocupantes que retornaram ao local. De acordo com ele, as lonas que foram abandonadas servirão para a realização das suas obras.
“Elas [lonas] são muito caras e eu não posso ficar sempre comprando. Voltei para pegá-las. Elas serão muito úteis para o meu trabalho”, conta.
Da mesma forma, Maria de Fátima Alves de Mattos, de 42, também esteve no local. Ela comentou que esqueceu alguns pertences e foi buscá-los.
O coronel do 7º BPM, Fernando Salema, ressaltou que os sem-teto respeitaram o acordo e desocuparam o terreno na data prevista.
Acordo – Na reunião entre representantes da Prefeitura de São Gonçalo e da Secretaria-Geral da Presidência da República ficou estabelecido a construção de mil moradias do Programa Minha Casa minha Vida, na modalidade entidades. A Prefeitura seguirá a Lei 11977, que define linha de financiamento específico do Governo Federal, através da Caixa Econômica Federal.
De acordo com o coordenador do MTST, Vitor Guimarães, os ocupantes deixaram o terreno de forma pacífica e a proposta levada à Prefeitura pelo MTST foi aprovada.
“Desde o início falamos do interesse da construção do Programa Minha Casa Minha Vida, na modalidade entidades. As autoridades envolvidas nos ouviram e se comprometeram em apresentar sugestões no prazo máximo de 120 dias de áreas particulares em que haja possibilidade de compra e venda para construção das moradias”, afirma.