Greenpeace – Linhas: ligando os pontos das energias do Brasil (minisérie em seis paradas)

“Linhas” pretende ligar os pontos entre as diferentes energias do Brasil e trazer informações, dados, reflexões e histórias de vidas para fortalecer o debate sobre o futuro da Energia e o setor elétrico nacional. Em nosso primeiro episódio, vamos levá-lo até Ilha Solteira, no interior de São Paulo. A história começa em 1968 junto com o nascimento do município que surgiu para abrigar os trabalhadores das construções das barragens de duas das três usinas hidrelétricas existentes na região. Também é o ano em que Dirso Souza, nosso primeiro narrador, chega em Ilha Solteira para ser não apenas “barrageiro”, mas também o primeiro morador. 

Linhas – Episódio 2 – Belo Monte, formigueiro de desilusões

 

O segundo episódio da série Linhas apresenta o jornalista paraense Felype Adms de Oliveira, 29 anos. Há alguns anos, Felype era um dos defensor da construção da usina de Belo Monte, no rio Xingu. Hoje, pensa diferente. Ele se diz enganado por quem propagandeava que a construção da barragem traria progresso e desenvolvimento à região. O que Belo Monte trouxe, garante o jornalista, é o aumento da violência, principalmente contra mulheres e adolescentes, do tráfico de drogas, de acidentes de trânsito, da poluição e do colapso de serviços públicos de saúde e educação.

Linhas – Episódio 3 – Tapajós: respeitem a forma da gente ser

O Rio Tapajós faz parte do cotidiano das aldeias: é ali que os homens pescam o alimento das famílias e que as mulheres vão para cozinhar, lavar roupas e banhar as crianças, que crescem brincando nas águas cristalinas dos igarapés. Presente desde a origem do povo, além de fornecer alimentos, o rio também ocupa um espaço especial na estrutura cultural do povo Munduruku, abrigando os principais locais sagrados.

“Nós não vamos sair”, diz o cacique Juarez Munduruku, da aldeia Sawré Muybu, que fatalmente será alagada caso São Luiz do Tapajós, a primeira usina hidrelétrica do complexo, venha a ser construída. Ele conta a estória do pequeno jabuti que vence uma enorme anta, presente na cosmologia do seu povo, para simbolizar – e pedir apoio – à luta pela proteção do rio. A anta seria o governo impondo a construção da obra e desrespeitando a vontade e os direitos dos povos que moram ali. “A anta é grande, mas, juntos, podemos derrotá-la”.

A aldeia Sawré Muybu, onde mora Felícia Munduruku, corre o risco de desaparecer. Ela e outros 12 mil Mundurukus lutam contra a construção do complexo hidrelétrico do Tapajós, o maior megaprojeto de energia do governo brasileiro após Belo Monte, com cinco hidrelétricas previstas. A soma da área dos reservatórios é maior do que a cidade de São Paulo. Trata-se de uma região rica em biodiversidade, que abriga uma das principais porções de floresta intacta do país.

Enviados para Combate Racismo Ambiental por Ruben Siqueira.

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