Declaração recomendando aos governos que reconheçam o direito de acesso da população rural – especialmente as mulheres – à terra e às políticas públicas foi lançada hoje (12) na primeira Conferência sobre Mulheres Rurais da América Latina e do Caribe, no auditório do Itamaraty. O evento foi promovido pela Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos.
A secretária executiva da Secretaria de Políticas para as Mulheres no Brasil da Presidência da República, Lourdes Bandeira, destacou que a previdência social se encontra entre os direitos mais importantes da população feminina do campo que precisam ser institucionalizados.
Segundo a declaração, de 121 milhões de pessoas que trabalham no campo hoje na América Latina e no Caribe, as mulheres representam 48% por cento do total. Acrescenta o documento que, do universo de mulheres, 20% são indígenas. A declaração informa ainda que as mulheres residentes na área rural produzem mais da metade dos alimentos ofertados em nível mundial.
Para Orailene Macarri, do movimento Agricultura Urbana y Periurbana da Venezuela, a elaboração da declaração traz a público a luta das mulheres para a consolidação de sua autonomia. “A declaração levantou, de forma geral, pontos fundamentais para a agricultura familiar, voltados para as mulheres. Agora, cada país, com sua peculiaridade, deve assumir um compromisso específico [para garantir os direitos]”, disse.
Representando a Fundación Desarrollo Campesino, organização chilena para o desenvolvimento da população rural e indígena, Carolina Huilcapan, avalia que a conferência foi importante. “É fundamental que a união das mulheres latino-americanas aconteça: apesar de as conclusões serem boas, senti falta, na mesa principal, de representante [feminina] que efetivamente trabalhe no campo”, concluiu.
Edição: José Romildo