Fertilizante de zeólitas reduz poluição e aumenta produtividade

Com informações do CETEM e Agência Brasil

Pesquisadores brasileiros desenvolveram um composto mineral que, usado como fertilizante, aumenta a produtividade agrícola e, ao mesmo tempo, reduz o impacto ao meio ambiente.

O uso de fertilizantes é uma das maiores preocupações atuais dos ambientalistas – o chamado “paradoxo dos fertilizantes” indica que, onde não há falta, há excesso do produto.

O novo fertilizante é feito de concentrados zeolíticos – zeólitas representam um grupo numeroso de minerais que têm uma estrutura porosa – sem adição de produtos químicos.

Os pesquisadores brasileiros fizeram modificações nas propriedades superficiais das partículas de zeólitas para que elas pudessem fazer a troca de nutrientes, o que é grandemente otimizado pela característica porosa do material.

Como o composto zeolítico faz a troca de nutrientes, ele capta o excesso e libera os nutrientes de forma lenta. “É como na alimentação infantil. Não adianta querer dar tudo de uma vez. Tem que dar aos poucos. A mesma coisa [se aplica] à planta, para ela crescer,” explicou a pesquisadora Marisa Monte, do Cetem (Centro de Tecnologia Mineral).

Zeólita brasileira

No processo, foi utilizada uma zeólita encontrada no Maranhão, que não é tão pura quanto as zeólitas de Cuba, por exemplo, mas cujas impurezas se transformaram em vantagem no caso do uso do material como fertilizante.

“A mistura da argila promove uma boa capacidade de troca e faz com que [a zeólita] consiga usar esses nutrientes na agricultura,” disse Marisa.

Outra vantagem desse material poroso é na irrigação. “Ele reduz em 50% a necessidade do ciclo de irrigação,” disse a pesquisadora.

Nos testes agronômicos, o uso do concentrado zeolítico apresentou uma produtividade até 40% superior àquela obtida pelo uso de métodos convencionais de fertilização.

Os concentrados zeolíticos, enriquecidos com nutrientes, foram testados como fertilizantes no cultivo de alface, tomate e mudas de frutas cítricas.

Patente

O INPI já deferiu o pedido da patente da “Composição mineral zeolítica”, descrita como um fertilizante de liberação lenta, produzido a partir de concentrados zeolíticos.

De posse da patente, os pesquisadores têm intenção agora de comercializar o produto. Marisa informou que algumas empresas, entre as quais a Petrobras, já manifestaram interesse.

Segundo ela, o novo fertilizante terá um apelo especial para a agricultura orgânica, por não utilizar produtos químicos.

O trabalho contou com a colaboração de pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Carlos Rosalba.

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