Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental
O documentário Lutas.Doc, dividido em cinco vídeos de menos de 30 minutos dirigidos por Luiz Bolognesi e Daniel Augusto, é uma co-produção da Gullane e da Buriti Filmes em parceria com a TV Brasil, lançada em 2010. O material é bem interessante para quem está se aproximando de uma análise crítica da nossa História. A lamentar o espaço gasto com depoimentos de políticos e ex-presidentes (felizmente minoritários), que poderia ter dado lugar a um maior aprofundamento crítico.
Neste primeiro vídeo, o assunto não poderia ser mais atual: a violência na relação dos invasores com os povos indígenas. Abaixo, trechos do material de lançamento, produzido pela EBC, e, em seguida, os demais vídeos, com a sinopse publicada na ocasião.
Este novo documentário busca respostas para a indagação: ‘Será que o povo brasileiro é um povo tão pacífico e cordial como se imagina?’. Com esse objetivo, a violência – tema frequente na história do Brasil – passa a ser refletida, através de seus contextos e de suas formas de representação. A série utiliza-se de uma linguagem dinâmica e com inserções de trechos de animação, com o propósito de olhar com criticidade o retrato caótico e de violência da sociedade contemporânea, fazendo uma conexão com o passado e a projeção para o futuro.
É uma série composta de cinco episódios, que tem como eixo principal o debate sobre a violência, seus contextos e formas de representação na história brasileira. Segundo o diretor Daniel Augusto, “Lutas.Doc é uma reflexão sobre os brasileiros a partir de todo o sangue derramado no Brasil e da nossa violência, sempre escondidos sob o tapete”. Dentro desse propósito, complementa que se busca abrir uma discussão aprofundada, mas aberta às pessoas de todas as idades e de qualquer lugar do país. Entretanto, o trabalho tem destinatário especial: ‘Gostaríamos que o pessoal que está no segundo grau e começando a universidade visse os filmes, pois eles experimentam momento crucial de inserção na sociedade. O jovem carrega forte poder de mudança’, acrescenta o diretor.
E vamos adiante:
2º episódio: “Recursos Humanos”
Sinopse: Propõe uma discussão sobre os fatores que produziram a escravidão como “negócio”, faz um paralelo entre as vítimas das guerras brasileiras e a oferta de mão-de-obra. Protagonistas políticos, pensadores da elite e egressos dos movimentos sociais questionam quem é a elite brasileira e como ela se dá. Se existe a democracia racial no país. Para chegar ao significado do “trabalho!, os depoimentos costuram hipóteses para compreender como funciona o aparelho ideológico que legitima que os trabalhadores que ontem estavam em navios negreiros e hoje aceitam trafegar em ônibus lotados do trabalho às moradias em bairros da periferia.
3º episódio: “Fábrica de Verdades”
Sinopse: Nesse episódio os entrevistados comentam o “lado B” da independência e da proclamação da República, o apoio da classe média à ditadura militar, entre outros eventos históricos. Analisam o papel da mídia no Brasil e a importância da teledramaturgia para a sociedade. Os participantes falam também dos conceitos de “entretenimento” e “liberdade”, a importância das lutas sociais, a sociedade de consumo e a questão da favela como produto cultural e suas formas de representação na cultura de massa.
4º episódio: “Heroína sem estátua”
5º episódio: “O que vem por aí?”
Sinopse: Nesse último capítulo, os depoimentos procuram trazer prognósticos de como será o país em 2100. Os entrevistados discorrem sobre as principais entraves da atualidade. A melhoria da educação é um dos pontos de destaque, considerada como a grande revolução, além da igualdade de oportunidades e a necessidade de fazer com que alguns êxitos, como a enorme fronteira agrícola disponível no Brasil, cheguem à população.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Carlos Rosalba.