Força tarefa retira 60 invasores que haviam “montado acampamento” na Reserva Tenharim, em Humaitá, AM

Reserva foi invadida por centenas de pessoas na sexta. Foto: Raolin Magalhães
Reserva foi invadida por centenas de pessoas na sexta. Foto: Raolin Magalhães

Cerca de 60 pessoas que tinham invadido  e “montado acampamento” na Reserva Tenharim foram expulsas pela força tarefa

Por José Maria Tomazela, enviado especial do Estadão

HUMAITÁ (AM) – Uma força-tarefa da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, apoiada pela Força Nacional e por homens do Exército, retirou neste sábado, 28, cerca de 60 pessoas que montaram acampamento na Reserva Indígena Tenharim, em Humaitá, sul do Amazonas. Os ocupantes desmontaram o acampamento e parte deles se estabeleceu numa área fora da reserva. Homens do 54º Batalhão de Infantaria de Selva do Exército em Humaitá instalaram uma base avançada no distrito de Santo Antonio do Matupi, uma das extremidades da reserva, e controlavam a passagem de pessoas e veículos.

Os bloqueios seguem pelos 150 km da rodovia entre o distrito e a cidade de Humaitá e Santo Antonio do Matupi. De acordo com o tenente coronel Antonio Prado, comandante do batalhão, o objetivo é dar apoio à investigação da PF. Na sexta-feira, 27, revoltados contra o desaparecimento de três pessoas da cidade, os moradores de Humaitá formaram comboios de carros e caminonhetes e atearam fogo nos postos de pedágio instalados pelos índios. Parte do grupo permaneceu acampada no km 150 da rodovia.

A PF dará prosseguimento neste domingo, 30, a uma varredura na área com o uso de helicópteros. De acordo com o delegado, a população não indígena encontrada na região será retirada, sob pena de prisão por desobediência. (mais…)

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MPF/AM entra com Ação que obriga fiscalização da Funai em Reserva, ante discursos de ódio, instigação da violência e atos de vandalismos contra indígenas

A ação do MPF requer que a União, por meio da Funai, adote medidas concretas de fiscalização em defesa da terra indígena no prazo de 24 horas. Foto: Evandro Seixas/ Acervo DA
A ação do MPF requer que a União, por meio da Funai, adote medidas concretas de fiscalização em defesa da terra indígena no prazo de 24 horas. Foto: Evandro Seixas/ Acervo DA

Ação civil pública pede que a Funai seja obrigada a instalar postos de fiscalização nos extremos da terra indígena Tenharim Marmelos em função de ameaças de invasão.

D24am

Manaus – O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) entrou com ação civil pública na Justiça Federal, com pedido de decisão liminar, para obrigar a Fundação Nacional do Índio (Funai) a instalar postos de fiscalização nos extremos da terra indígena Tenharim Marmelos, em Humaitá (a 675 quilômetros de Manaus).

Conforme a ação, a medida tem por objetivo garantir a permanência do povo Tenharim em suas terras com segurança, já que a área tem sido alvo de ataques e ameaças de invasão por parte de não indígenas nos últimos dias.

O pedido do MPF/AM à Justiça requer que a União, por meio da Funai, adote medidas concretas de fiscalização em defesa da Terra Indígena no prazo de 24 horas, mediante apresentação de plano elaborado com a participação dos indígenas e com o apoio das forças de segurança.

Como a reserva é cortada pela rodovia Transamazônica (BR-230), o MPF pede ainda que a Funai realize monitoramento territorial do trânsito no trecho por não indígenas.

“A Constituição e outras leis que tratam dos direitos dos povos indígenas obrigam a União e a Funai a exercerem ações de fiscalização e proteção territorial independentemente da existência de uma situação de conflito”, ressalta um trecho da ação.

No documento, o órgão demonstra temor de que novos atos de violência sejam praticados contra o povo Tenharim e suas terras nos próximos dias, tendo em vista os manifestos que resultaram na destruição de prédios e bens públicos ligados aos povos indígenas e também de bens existentes nas aldeias, além do conteúdo ofensivo e discriminatório de manifesto publicado pelos moradores da comunidade Santo Antonio do Matupi, distrito do município de Manicoré, situado próximo à terra indígena. (mais…)

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Buscas por desaparecidos continuam em Reserva Indígena, no Sul do AM

Moradores cobram agilidade em buscas por desaparecidos. Foto: Reprodução/TV Amazonas
Foto: Reprodução/TV Amazonas

Três homens que sumiram na rodovia Transamazônica são procurados. Buscas devem ser retomadas na manhã do domingo (29). 

G1 AM

A ação conjunta entre órgãos de segurança para realização das buscas de três homens desaparecidos na BR-320 (rodovia Transamazônica) foi interrompida na noite deste sábado (28), após o anoitecer. As buscas devem ser retomadas na manhã do domingo (29). Iniciada às 13h do sábado, a operação não obteve resultados neste primeiro dia. Cerca de 400 homens do Exército, Polícia Federal, Força Nacional, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal participam. A ação ocorre na reserva dos índios Tenharim, que fica localizada entre os municípios de Humaitá, Apuí e Manicoré, no Sul do Amazonas.

As equipes paralisaram a procura no começo da noite. “É uma área muito extensa e as buscas são impossibilitadas à noite, devido a baixa visibilidade”, afirmou o tenente coronel Carlos Torres, do 54º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS). (mais…)

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Cimi: Nota sobre os graves acontecimentos em Humaitá, Amazonas

Cimi-40anosO Conselho Indigenista Missionário (Cimi) manifesta preocupação com os graves acontecimentos envolvendo os povos indígenas da região de Humaitá, no estado do Amazonas.

No dia 02 de dezembro, o cacique Ivan Tenharim foi encontrado às margens da BR-230, Rodovia Transamasônica, com inúmeros hematomas e ferimentos na cabeça, motivo pelo qual veio a óbito. As circunstâncias e as suspeitas sobre a verdadeira causa sua morte, gerou grande tristeza para todo o povo.

Ivan era um incansável opositor à pilhagem praticada por madeireiros na terra indígena. Junto com órgãos públicos, contribuiu para o fechamento de serrarias ilegais na região.

No dia 16 de dezembro, três não indígenas desapareceram enquanto transitavam pela Transamazônica. Sem informações oficiais, veículos de comunicação locais passaram a incitar o ódio e a prática de violência acusando os indígenas pelo desaparecimento dos cidadãos.

Nos dias 24 e 25 de dezembro, grupos de não indígenas incendiaram prédios e veículos públicos e invadiram a terra indígena. A situação é extremamente grave. (mais…)

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