Emanuelle F. Góes*, em População Negra e Saúde
As desigualdades estruturam as relações sociais e determinam as condições de vida das pessoas. Em relação às desigualdades raciais na saúde, o racismo institucional é um fator determinante no acesso aos serviços de saúde, principalmente para as mulheres negras que sofrem com o impacto das intersecções das desigualdades de gênero e raça. Este estudo tem por objetivo analisar características sociorraciais e de saúde de mulheres na Bahia, segundo raça/cor. A população definida para o estudo foram mulheres negras e brancas com 25 anos ou mais de idade, residentes na Bahia.
Sobre as características sociorraciais os resultados apontam que as mulheres negras representam 79,5% da população de mulheres na Bahia e, em relação ao nível de escolaridade, estão mais representadas no nível fundamental e médio e, em relação ao nível superior, as mulheres brancas (29,9%) superam quase quatro vezes mais (3,9) quando comparadas às negras (7,6%). Em relação às características do acesso e utilização dos serviços de saúde, e no que se refere à cobertura de plano de saúde, as mulheres negras, apenas 18,5% tem cobertura e as brancas chegam a 30,2% o quantitativo das que tem plano de saúde. No estudo pode observar que as desigualdades impactam nas condições de vida das mulheres. E, ao agregar as desigualdades de gênero com as raciais, as mulheres negras ficam mais expostas às iniquidades em saúde, o que causa prejuízo no processo saúde-doença, impactando nas condições de vida.
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* Enfermeira Sanitarista, Mestra em Enfermagem (Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia) na área de Mulher, Gênero e Saúde. Faz parte dos grupos de pesquisa GEM (Grupo de estudo sobre saúde da mulher) e Epidemiologia e Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia. Coordenadora de Programa de Saúde do Odara – Instituto da Mulher Negra. Email: [email protected]