A constante violência contra os povos indígenas do Brasil

Dom Bruno Pedron* – Cimi Regional Rondônia

No ano 2013 queríamos difundir nos meios de comunicação social que os direitos dos povos indígenas são respeitados, suas terras demarcadas e homologadas. Infelizmente não é assim. O Estado brasileiro continua explorando, dizimando e discriminando os povos indígenas. No compromisso assumido, o Cimi e a Igreja denunciam a violência contra os povos indígenas no Brasil. Racismo, genocídio, danos ambientais nas terras indígenas, morosidade na regularização de terras e morte por desassistência na área de saúde e outros são os tipos de violência cometida contra os povos indígenas.

Diariamente os povos indígenas são vítimas de discriminação, preconceito e marginalização por parte da sociedade envolvente. Sofrem todo tipo de violência, não bastasse todo o genocídio ocorrido há séculos. São violentados por quem tem o dever moral de protegê-los, o Estado brasileiro, através das constantes tentativas de mudanças na Constituição Federal, como é o caso das PECs 215, 038, 237, do PL 1610 (mineração) e das portarias 303 e 308, que atentam diretamente contra os direitos já garantidos na Constituição Federal.

Povos são expulsos dos seus territórios em nome de um desenvolvimento depredador e genocida, que se preocupa mais com uma cabeça de boi, com a expansão da monocultura, do que com a vida humana. Mais vale um pé de soja do que uma floresta, mais vale uma hidrelétrica que beneficia um pequeno grupo econômico, que vida e saúde para os povos. (mais…)

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Violência nas favelas: Uma questão de política pública, não de polícia. Entrevista especial com Mário Simão

Foto: http://noticias.band.uol.com.br/
Foto: http://noticias.band.uol.com.br/

“Na semana passada a fala do secretário de segurança do Rio de Janeiro foi técnica, dizendo que a ação da polícia é inevitável, porque ela está em permanente operação para eliminar ou prender os possíveis criminosos. A avaliação da polícia é de que se trata de uma operação recorrente que continuará acontecendo”, lamenta o diretor do Observatório de Favelas do Rio de Janeiro

IHU On-Line – Explicar o conflito entre o Batalhão de Operações Policiais Especiais – Bope/RJ e os moradores do Complexo da Maré, na semana passada, é “apresentar uma prática recorrente da ação da polícia em relação às favelas”, aponta Mário Simão em entrevista concedida à IHU On-Line por telefone, na qual esclarece as razões do confronto que culminou na morte de dez pessoas. Na avaliação dele, “a cultura da polícia nos territórios populares é entrar numa ação militarizada, ostensiva, brutal, o que gera a morte de muitas pessoas. Eles entram com o caveirão, com o aparato policial grande, fortemente armados, entram nas casas sem autorização, abordam os moradores como se estes fossem potenciais criminosos ou coniventes com o crime. É uma ação que usa a força de forma desproporcional”.

Geógrafo do Observatório de Favelas do Rio de Janeiro,Simão assinala que as Unidades de Polícia Pacificadora – UPPs inauguram “outra lógica de atuação do Estado nesses territórios”. Entretanto, acentua, não é possível permitir que “em alguns territórios, em nome dos grandes eventos que irão acontecer na cidade, a polícia haja de uma forma e, num conjunto de outras favelas e territórios, continue matando e agindo como age no Complexo da Maré, que não é pacificada”. E acrescenta: “Apesar de a política das UPPs partir de outra lógica, ela carece de qualificação, porque a ação das UPPs está restrita a uns 30 territórios, sobretudo nas áreas mais valorizadas, como em Jacarepaguá, na Cidade do Deus”. (mais…)

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Maré manchada de sangue

Quando mais de 5 mil pessoas tomaram as ruas da favela Nova Holanda, elas ainda estavam manchadas de sangue, e ainda se podia ouvir, sonoro e sufocante, os gritos de dor de dez famílias. Na tarde de 2 de julho, a manifestação “Estado que mata, nunca mais!”, no Complexo da Maré, reuniu os mais distintos setores da sociedade carioca. Deixou claro que a chacina perpetrada pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE) no dia 24 de junho, que resultou em dez mortes, doeu fundo na alma dos cariocas, especialmente nas comunidades que compõe o Complexo

Leandro Uchoas – Brasil de Fato

Os manifestantes fecharam uma das pistas da Avenida Brasil, nas proximidades da passarela 9. “É uma grande tristeza estar aqui. Eu também sou mãe de vítimas de violência. Chega de polícia entrando em comunidade para matar os nossos filhos. Chega de enterrar nossas famílias. Chega!”, disse Deise Carvalho, da Rede de Movimentos e Comunidades contra a violência, resumindo o sentimento geral. Atores como Paulo Betti, Enrique Diaz e André Ramiro também estiveram presentes, em solidariedade. “Queria pedir a Deus que abençoe essas famílias”, disse Ramiro.

Além de estudantes, intelectuais, artistas, representantes de associações de classe, e integrantes de movimentos sociais e partidos políticos progressistas, estiveram presentes presidentes das associações de moradores da maioria das 16 comunidades da Maré. Para Osmar Camelo, presidente da Associação de Moradores do Morro do Timbau, os mareenses devem exigir “um pedido de desculpas oficial”. Charles Guimarães, da Baixa do Sapateiro, lembrou a morte do menino Matheus Rodrigues, em 2008, em outra operação desastrosa da polícia. A frase “até quando?” foi ouvida inúmeras vezes nos discursos. (mais…)

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A propósito del avión presidencial ¡Basta! al desprecio de nuestros pueblos

bolivia morales

Por Oscar Olivera* – Servindi

El día 2 de julio del 2013 todos y todas nos enteramos de la negativa de que el avión del Presidente Morales pase por los cielos de varios países de Europa, en concreto: Francia, Italia, España y Portugal.

Pese a las distintas visiones y actitudes que tengamos entre bolivianos, con relación al gobierno en Bolivia, ésta es una afrenta, un insulto y un atropello a nuestra dignidad por parte de aquellos y aquellas que se creen dueños del mundo, es decir los mandatarios de los países imperialistas, el gran capital y sus operadores, en contra de nuestros Pueblos. (mais…)

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Reunião de desagravo a Morales terá sete presidentes sul-americanos

Renata Giraldi* – Agência Brasil

Brasília – A reunião extraordinária marcada para hoje (4) à tarde em Cochabamba, na Bolívia, para aprovar um ato de desagravo ao presidente Evo Morales, deve contar com a presença de sete presidentes, além dos representantes dos demais países, que integram a União de Nações Sul-Americanas (Unasul). O Brasil será representado pelo secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Eduardo dos Santos.

O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, confirmou que os presidentes Ollanta Humala (Peru), Cristina Kirchner (Argentina), José Pepe Mujica (Uruguai), Rafael Correa (Equador), Nicolás Maduro (Venezuela) e Dési Bouterse (Suriname), além de Morales, estarão presentes.

O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, disse que o objetivo da reunião é aprovar um desagravo a Morales e registrar o “abuso imperial” que desencadeou “o sequestro” do presidente. A reunião foi convocada a pedidos de Correa, do Equador.  A convocação extraordinária é uma resposta coletiva à proibição do avião de Morales de sobrevoar e aterrissar em quatro países europeus. A Unasul é formada por 12 países, mas o Paraguai está suspenso temporariamente.   (mais…)

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Funai, PF e Exército promovem ações para impedir garimpo ilegal na TI Yanomami, em Roraima

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Enquanto não se concluem as investigações iniciadas em 2012 sobre a cadeia que explora ouro ilegalmente, operações continuam sendo realizadas para coibir a entrada de garimpeiros na Terra Indígena

Ana Paula Souto Maior e Moreno Saraiva Martins – ISA

Depois de a Hutukara Associação Yanomami (HAY) cobrar sistematicamente que os órgãos públicos competentes promovessem ações eficazes contra a exploração ilegal de ouro na TI Yanomami, a operação Xawara, desencadeada em julho de 2012 pela Polícia Federal, levantou uma rede de pilotos, donos de joalheria e donos de balsas que operam a partir de Boa Vista, capital de Roraima, em um negócio ilegal que levanta cerca de R$ 30 milhões mensalmente. (mais…)

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MA – Índios vão à Assembleia pedir apoio para aldeias

f1d1ea004a1271aca9c14e7842224bfe_LDifusora – Os deputados Bira do Pindaré (PT), Eliziane Gama (PPS), Valéria Macedo (PDT), Cleide Coutinho (PSB), Graça Paz (sem partido), Vianey Bringel (PMDB), Raimundo Louro (PR) e mais o presidente da Assembleia, deputado Arnaldo Melo (PMDB), receberam ontem pela manhã lideranças representantes de sete povos indígenas que neste momento ocupam a sede da Funasa no Maranhão. Os indígenas descreveram um quadro de horror nas aldeias do Maranhão do qual fazem parte crianças morrendo de desnutrição e diarreia, doenças previsíveis, porque os medicamentos não chegam até eles.

Somente na aldeia Kanela 13 índios morreram no ano passado. Ainda conforme as denúncias, índios mortos estão sendo enterrados sem caixão por falta de uma urna funerária. Somam 300 os indígenas acampados na Funasa em São Luís há cerca de uma semana. Eles vêm vindos dos municípios de Amarante, Bom Jesus das Selvas, Bom Jardim, Barra do Corda, Jenipapo dos Vieiras, além dos Kanela e Paniekra de Fernando Falcão; Krikati, de Montes Altos, Krenyê e Gavião. (mais…)

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Caciques Guarani do oeste paranaense cobram demarcação de terras e direitos básicos, em Documento (no final)

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Nota: Veja, ao final da matéria, o Documento Final da Assembleia Avá-Guarani do Paraná. TP.

Por Renato Santana, de Guaíra (PR)

CIMI – Há um ano caciques e lideranças Ava-Guarani do oeste paranaense se reuniram para tratar dos problemas de suas comunidades. Demarcação de terras, saúde e educação estiveram no centro das preocupações. No encontro, foram definidas diretrizes e reivindicações encaminhadas ao Poder Público. (mais…)

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Carta dos Povos Indígenas do Vale do Javari sobre a situação de saúde indígena

Atalaia do Norte – AM, 03 de Julho de 2013

Nós povos indígenas: Marúbo, Mayuruna, Matis e Kanamary do Vale do Javari estamos reunidos no auditório da Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio – CRVJ/FUNAI/ATN/AM, preocupados com o caso que ocorreu com as crianças indígenas Marúbo Natalino Dorlis Marubo, de 10 anos, e Clebson Dionísio Marúbo, de 12 anos, que foram amputados por picada de cobra, que está causando a insatisfação dos familiares pelo sofrimento dos mesmos, que é a grave situação pela falta de soro antiofídico nos Polos Bases, que levou a agravamentos do quadro dos pacientes.

Vale lembrar que tal medicamento nunca faltou mesmo nos períodos de responsabilidade da saúde indígena pela FUNAI. Esta é segunda vez na história que acontece na vida dos povos indígenas do Vale do Javari, bem como já aconteceu em 1995, e agora dessa vez temos um caso de óbito de uma indígena, Mayuruna Branca Unan Mayuruna, de 50 anos, da aldeia Fruta-Pão do povo Mayuruna.

Estamos insatisfeitos com a falta de tudo nos Polos Bases, (soro antiofídico, luva, medicamento, insuficiência de gasolina, óleo lubrificante, vela, hélice de motor, etc.), que muitas vezes os remédios são enviados em fase de vencimentos pelo DSEI aos Polos Bases. Os profissionais sobem aos rios com promessa muitas vezes de receber medicamento depois, finda passando os 45 dias e/ou ficando até mais dias sem medicamentos. (mais…)

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