Lamentavelmente assistimos, mais uma vez, a um ato de continuidade do genocídio contra os povos indígenas no Estado de Mato Grosso do Sul, fruto da política de inércia do governo Dilma Rousseff em relação às demarcações de suas terras.
Policiais Federais assassinaram na manhã de hoje, durante cumprimento de reintegração de posse que resultou em um confronto na Fazenda Buriti em Sidrolândia, o estudante indígena Terena Oziel Gabriel, em uma clara demonstração de repudio aos movimentos sociais, cuja ação tem apoio, além do Governo Estadual, dos fazendeiros e donos do agronegócio no Estado. Outros cinco indígenas foram feridos.
Trata-se de uma luta legítima de retomada de suas terras desde a década de 90 abrangendo 12 comunidades da região de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, cujos laudos emitidos pelos antropólogos que atuam no processo de demarcação já consideraram essa região como território indígena.
No entanto, a justiça brasileira beneficia os verdadeiros invasores, demonstrando de que lado está, desconsiderando a dignidade de um povo originário.
O PSTU se manifesta veementemente contra a prática de genocídio instalada, repudiando mais esse assassinato de um indígena que reivindicava seu direito ao Tekoha.
Dentre tantos outros ataques aos povos indígenas que, há anos, acontecem neste Estado, desrespeitando a legitimidade de suas lutas, a morte de Oziel Gabriel demonstra claramente a violência enraizada em grupos que detêm o poder no Estado e que, sistematicamente, insistem em “tomar como sua” a terra originariamente pertencente àquele povo.
Não bastasse o loteamento de poder em Mato Grosso do Sul por grupos econômicos históricos, incluindo-se os latifundiários que há muito desrespeitam o mais sentido senso de justiça social perseguido pelos trabalhadores do campo e da cidade, o agronegócio avança em nosso Estado com a ganância que lhe é peculiar, desrespeitando não só as áreas ainda verdes mas também populações indígenas que, heroicamente, resistem a este sistema capitalista.
Esses grupos se organizam e se armam constantemente, recorrendo, inclusive, às milícias privadas, dificultando a legítima mobilização dos indígenas que enfrentam riscos reais em seus cotidianos, inclusive a possibilidade de serem assassinados.
Seus direitos à autodeterminação, de habitar e cultivar uma terra que lhes seja própria, vivendo e governando-se de acordo com os seus costumes e credos religiosos lhes são furtados permanentemente, impedindo-os de sua libertação, da devolução das terras que lhes foram roubadas.
Os governos municipais e estadual no Mato Grosso do Sul e, ainda, o governo federal, são também responsáveis pela situação de abandono, de descaso, pelo sofrimento dos povos indígenas, apadrinhando os fazendeiros, usineiros e promovendo o agronegócio.
O governo Federal, comandado pelo PT, Dilma e seus aliados, é o principal culpado por mais essa morte. Sua política claramente voltada para os interesses do agronegócio e das elites oprime com veemência os povos da terra.
Neste triste momento, em que este povo está sendo publicamente atacado, as organizações de luta devem desmascarar as teses racistas, denunciando o seu papel nefasto no processo de reprodução da dominação econômica e política das elites regionais e do imperialismo, solidarizando-se por sua efetiva libertação e unindo-se contra os responsáveis por esse genocídio.
Contra o genocídio dos Povos Indígenas!!!
Contra a concentração de poder dos grupos econômicos que ditam as regras no Estado!!!
Reforma Agrária já sem indenizações!!!
Pela estatização sem indenização do agronegócio!
Pela autodeterminação dos povos indígenas!!!
Todo apoio ao Povo Terena!
OZIEL GABRIEL presente!!!
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU – Mato Grosso do Sul
Campo Grande, 30 de Maio de 2013
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Compartilhada por GleiceOliveira Guarani-Kaiowá.