Nesta segunda-feira (20/05), a região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais, amanheceu tingida de vermelho, por volta das 5h cerca de 200 famílias do MST reocuparam a Fazenda Porto Seguro, no município de Serra do Salitre – MG.
Os Sem Terra que viviam no acampamento Chico Mendes, ocupando a área desde 22 de janeiro do ano passo, sofreram um despejo violento há 15 dias e foram expulsos do local, após a expedição de um mando de despejos da Vara Agrária de Minas Gerais.
“O objetivo da ocupação é realizar a colheita das culturas que as famílias cultivavam na área e pressionar o governo federal para destinar a fazenda para fins de reforma agrária, criando o assentamento no local”, explica o integrante da coordenação estadual, Edvaldo dos Santos.
Os trabalhadores também denunciam as injustiças cometidas pelo Poder Judiciário de Minas Gerais, que na semana passada adiou, pela terceira vez consecutiva, o julgamento do latifundiário Adriano Chafick, réu confesso do Massacre de Felisburgo em 2004, em que cinco Sem Terra foram assassinados e 20 pessoas ficaram feridos.
O MST também denuncia a parcialidade da Vara Agrária e da 12ª Vara Federal de Minas Gerais, que tem se transformado em “Varas de despejos”. Ao emitir sucessivos mandatos de reintegração de posses sem avaliar a condições das famílias Sem Terra que ocupam os latifúndios e analisar se os mesmos cumprem a função social da terra, os dois órgãos penalizam os trabalhadores em detrimento do privilégio dos latifundiários.
Os Sem Terra repudiam ainda a posição arcaica do chefe de obtenção de terras do Incra – Instituto de Colonização e Reforma Agrária de Minas Gerais, que foi procurado pelo proprietário da fazenda Porto Seguro para negociação, mas não tomou as devidas providências para evitar o despejos das famílias Sem Terra.
Informações à imprensa:
Edvaldo dos Santos (Primo) – (34) 9947-3014
Direção Estadual do MST